Publicado em 19/09/2017 às 08h04.

Janot, o homem que escancarou o podre da nossa roubada República

Procurador mostrou que acusadores de petistas eram santos do pau oco. Detonou Temer, Aécio Neves e Geddel, alternando o bastão da corrupção em todas as mãos

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Uma vez que o legado do guerreiro permanece mesmo após a sua morte, cair morto virado de costas para o inimigo é algo que pode trazer vergonha para ele.”
Yamamoto Tsunetomo, monge budista japonês (1659-1719)

Foto: Lula Marques/ Agência PT
Foto: Lula Marques/ Agência PT

 

Rodrigo Janot deixou ontem o comando da Procuradoria-Geral da República como um alívio para Temer e Cia, que o elegeu carrasco-mor, também alvo do ministro Gilmar Mendes, que disse ser ele “o mais despreparado que já passou pela PGR”.

Para a sorte de Janot, Gilmar Mendes não é autor a ser seguido nem pelas viúvas do PT e nem pelos que querem um Brasil vivendo a plenitude das suas liberdades, mas com saúde ética, que anda na UTI.

Se é mérito ou não, decida você, mas um fato é que ninguém pode tirar o protagonismo de Janot em mostrar que os arautos da moralidade contra os escândalos envolvendo petistas eram santos do pau oco. Ou Satanás pregando quaresma, tanto faz.

Detonou Temer, Aécio Neves e Geddel, alternando o bastão da corrupção em todas as mãos. Mostrando que a representação política no Brasil, da forma como vinha sendo construída, apodreceu.

E agora, no pós-Janot, o que fazer para sair do atoleiro? Eis a questão: ninguém sabe, não há caminhos visíveis. Mas, como diz o próprio Janot, a história se encarregará de apontar os seus acertos e desacertos.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.