Publicado em 17/11/2018 às 12h00.

José Eduardo Cardozo: ‘Moro deveria ter feito quarentena ética’

“Não existe cargo de ministro que não seja político. Um ministro tem que guardar uma relação com o governo e sua visão política”, ressaltou

Redação
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante abertura do Evento do Ministério Público Federal – MPF no Combate à Corrupção Ações e Resultados. Foto Divulgação Minitério da Justiça
Foto: Divulgação Ministério da Justiça

 

O ex-ministro José Eduardo Cardozo afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que o juiz Sérgio Moro ao aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) para ser ministro da Justiça, lança dúvidas sobre sua isenção na Lava Jato e diz que o juiz deveria ter se imposto uma “quarentena ética” antes de ir para o Executivo.

“Não existe cargo de ministro que não seja político. Um ministro tem que guardar uma relação com o governo e sua visão política”, ressaltou.

“No fundo, ele está encontrando retoricamente uma maneira de dizer que o cargo é técnico para que ele possa se justificar diante daquilo que ele disse anteriormente. Agora, vamos ser sinceros? Ele não só disse isso como também o presidente disse que ele poderia ser nomeado para a Suprema Corte. Ora, depois disso ele tomou decisões que influenciaram o processo eleitoral. É uma situação que exigia dele, no mínimo, uma quarentena ética. Não é legal, porque não existe uma situação legal, mas deveria ter uma quarentena ética. Alguém que influencia o processo eleitoral tem que se considerar impedido de assumir cargos de livre nomeação de um governo que foi eleito a partir de decisões que ele tomou. Isso é questão de moralidade, questão de ética”, completou.

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