Publicado em 12/04/2018 às 09h53.

José Ronaldo é o 2º caso de renúncia em Feira para tentar governo

Historiografia da cidade registra quatro episódios de gestores que deixaram o cargo, segundo Clóvis Ramaiana, professor de Teoria da História da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs)

Mateus Soares
Foto: Manu Dias/ GOVBA
Foto: Manu Dias/ GOVBA

 

Pouco mais de 20 anos depois, os feirenses viram, de novo, um prefeito da cidade renunciar ao posto para entrar na briga pelo governo da Bahia. O democrata José Ronaldo deixou o cargo, na semana passada, para disputar o Palácio de Ondina. Ele foi o segundo caso na história de Feira de Santana.

Segundo Clóvis Ramaiana, professor de Teoria da História da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o primeiro episódio aconteceu em 1994, quando o então prefeito João Durval se descompatibilizou do cargo para concorrer ao governo do estado. Dois anos antes, em 1992, ele tinha acabado de ser eleito para comandar a Princesinha do Sertão, pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), derrotando o candidato do PMDB, Luciano Ribeiro.

João Durval, diz o historiador, deixou a cidade a contragosto da população feirense. Apesar disto, conseguiu chegar ao segundo turno contra o adversário Paulo Souto (PFL hoje DEM), que era o candidato do ex-senador Antônio Carlos Magalhães. No entanto, o ex-prefeito perdeu para o pefelista por 41,36% a 58,64% dos votos.

Para Clóvis Ramaiana, a situação de José Ronaldo é diferente da de João Durval. “Ele [João Durval] se candidatou e a população de Feira de Santana reagiu muito mal. A votação dele em Feira foi muito baixa. O atual renunciante faz isso depois de quatro mandatos. É um caso diferente do anterior. Apesar de ele [José Ronaldo] estar um pouco desgastado, sem tecer muita comunicação com a população, mas a reação do povo deve ser diferente do episódio com João Durval. Até porque, João Durval renunciou com menos de dois anos de mandato. Ficou mais ou menos claro que era uma passagem e Zé Ronaldo está no quarto mandato”, avaliou, em entrevista ao bahia.ba.

Além de Durval e Zé Ronaldo, o então prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, que é pai do atual gestor da cidade, também abdicou do posto para disputar uma eleição. No caso dele, que ocorreu em 1982, foi para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Houve também um quarto episódio de renúncia na história feirense. Arnold Silva deixou o cargo por problemas de saúde, em 1962.

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