Publicado em 16/07/2018 às 14h56.

Kolinda Grabar-Kitarovic, presidente da Croácia, foi o melhor da Copa 2018

Kolinda está na Rússia com dinheiro do próprio bolso e paga até o ingresso. Mais que isso, vai descontar do salário os dias não trabalhados. É uma campeã moral

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A moral é a ciência por excelência. É a arte de ser feliz”

Blaise Pascal, matemático, físico e filósofo francês (1623-1662)

Foto: Kolinda Grabar-Kitarovic
Foto: divulgação

 

O melhor da Copa 2018 para o Brasil foi a Croácia chegar à final, não tanto pelo futebol jogado, mas porque colocou em cena a presidente do país, Kolinda Grabar-Kitarovic. Ela demonstrou como exemplo real o Brasil que queremos, tão amplamente externado no marketing ‘O Brasil que eu quero’, da Globo.

Kolinda está na Rússia com dinheiro do próprio bolso e paga até o ingresso. Mais que isso, vai descontar do salário os dias não trabalhados. É uma campeã moral.

Houve quem dissesse que o noticiário nesse tom foi fruto de uma fake news. Os jornalistas que cobriram a Copa diz que a história é dada como verídica. Ficamos com os colegas.

Bruxa malvada

Até porque, na Europa ela virou sensação porque dispensou o aparato de chefe de Estado. No Brasil pela estupenda diferença cultural. Ela mais parece um personagem de conto de fadas e também aí, é possível que a história da fake news seja obra da bruxa malvada no afã de nos induzir a achar que todos nós somos corruptos.

Ora, no Brasil a corrupção virou cultura de A a Z, produzindo malefícios extremamente perversos, como a violência galopante, não tem como vislumbrar isso como algo real, muito menos como prática.

2018 é também ano de eleição. Vê-se por Kolinda que o Brasil que queremos, nas circunstâncias atuais está mais para a utopia.

Estamos a 90 dias das eleições e não há nitidez sobre as tendências presidenciais do eleitorado. A explicação é uma obviedade que as pesquisas atestam: o desencanto generalizado com o nossa representação política, a sensação de que todos são mesmo corruptos.

Fica o alento de não desistir de perseguir a decência. A Croácia perdeu a final, mas com certeza saiu da Copa maior. E Kolinda muito ajudou.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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