Publicado em 31/03/2017 às 10h35.

Lava Jato avança sobre os partidos. Vai sobrar o quê? Só o MP e Moro?

Os procuradores anunciaram que PT e PMDB também estão na mira, como alvos de ações bilionárias

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“É melhor ser o partido da lona preta do que ser o partido da mala-preta, que por onde passa, deixa um rastro de corrupção” 
Heloísa Helena, ex-senadora alagoana do PSOL, hoje vereadora em Maceió.

Foto Agencia Brasil
Foto Agencia Brasil

 

A investida dos promotores da Lava Jato contra o PP, cobrando a devolução de R$ 2,3 bilhões, é algo novo no sombrio cenário político do Brasil. Ainda mais que os próprios procuradores anunciaram que PT e PMDB também estão na mira, como alvos de ações bilionárias. E o ato cria uma situação instigante. Veja:

1 — Criminaliza os partidos, o apanágio dos políticos, e por tabela os seus dirigentes e integrantes.

2 — Ajuda a desconstruir o argumento básico dos políticos citados na Lava Jato, o de que receberam doações legais, via partido, plenamente declaradas à Justiça.

3 — E, se acatadas e levadas a cabo pela Justiça, fere de morte as nossas já desmoralizadas instituições políticas.

Ponderando que Marcelo Odebrecht disse uma verdade indiscutível, a de que o jogo político brasileiro sempre foi nutrido pelo caixa 2, se o MPF pisar fundo, não sobra ninguém.

No frigir dos ovos, a ação apenas bota lenha na fogueira já bastante fulgurante do arcabouço que produz a representação política. O dinheiro vai voltar para os cofres públicos?

Como o MPF e o juiz Sérgio Moro possuem cargos vitalícios, que sentem e esperem. Pelo visto, só vão sobrar eles inteiros.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.