Publicado em 22/10/2017 às 08h30.

Lava Jato: documentos confirmam ordens de pagamento a peemedebistas

Nos arquivos, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha aparecem referidos pelos codinomes "Babel" e "Fodão", respectivamente

Redação
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

A Procuradoria-Geral da República encontrou no sistema eletrônico da Odebrecht, enquanto buscava comprovações dos depoimentos de delatores da empresa, arquivos originais com os nomes do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do PMDB.

Na mesma busca, foram localizadas ainda ordens de pagamentos, o que levou a PGR a descartar a possibilidade de fraude na criação dos arquivos. Os relatórios da Secretaria de Pesquisa e Análise (SPEA), órgão técnico da Procuradoria, foram produzidos por um perito criminal entre os dias 27 de julho e 8 setembro deste ano.

Os dois peemedebistas são citados em uma planilha no sistema da Odebrecht que os associava aos codinomes “Fodão” e “Babel”, respectivamente Padilha e Geddel. A PGR encontrou também arquivos originais com programações de pagamentos para o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) e os ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Alves (RN), todos do PMDB.

Os relatórios da Procuradoria apontam que os políticos estavam identificados através de codinomes, e por isso dependem de depoimentos para serem vinculados à pessoas. Os investigadores, contudo, defendem que importância da descoberta dos arquivos está no fato de mostrar que foram criados e modificados na época dos repasses delatados, e não forjados recentemente. Contudo, a existência dos arquivos não comprova a entrega do dinheiro aos citados.

Todos os peemedebistas citados – Padilha, Moreira, Cunha, Geddel e Alves – são apontados nas delações como operadores de arrecadação de recursos da empreiteira para o PMDB. Destes, os três últimos estão presos.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.