Publicado em 19/04/2017 às 10h20.

Lava Jato: Rui não afastará secretários: ‘Não vou ficar fazendo bravata’

Petições derivadas da Lista de Fachin colocam João Leão e Jaques Wagner como suspeitos de receber caixa 2 e propinas da Odebrecht

Evilasio Junior
Foto: Manu Dias/ GOVBA
Foto: Manu Dias/ GOVBA

 

O governador Rui Costa (PT) afirmou que não pretende afastar os seus secretários caso eles sejam denunciados pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. O posicionamento difere inclusive do discurso do presidente Michel Temer (PMDB), em relação aos oito ministros alvos de inquéritos. Embora não considere a exoneração com base na lista do ministro-relator da operação no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, o peemedebista admite mexer na equipe se houver denúncia formal pelo Ministério Público ou se algum auxiliar virar réu.

Tanto o vice-governador da Bahia, João Leão (PP) – que acumula a Secretaria Estadual de Planejamento –, quanto o titular de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner (PT), são citados em petições encaminhadas pelo STF para outras instâncias.

“Não [vou afastar]. Todos terão o direito de se defender. Todos que forem citados ou investigados, no decorrer das apurações, as medidas serão tomadas. Eu não vou ficar fazendo bravata, nem condenando ou absolvendo ninguém antecipadamente. As pessoas têm o direito legítimo, constitucional, de se defender”, afirmou o petista, ao ser perguntado pelo bahia.ba, nesta quarta-feira (19), durante o evento de certificação de 62 jovens do Programa Jovem Aprendiz, no auditório da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), no Centro Administrativo (CAB), em Salvador.

Conforme as delações de executivos e ex-executivos da empreiteira, Leão e Wagner são suspeitos de receber verbas de caixa 2 de campanha e também propina da construtora. O pepista foi apontado por José de Carvalho Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares como destinatário de recursos ilegais para favorecer a empresa na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias da União de 2007, quando era deputado federal e relator da matéria.

Já o ex-governador, com inquéritos em tramitação na Justiça Federal da Bahia e do Paraná, uma vez que não tem mais direito a foro privilegiado, segundo Hilberto Silva, chegou a receber R$ 500 mil em espécie na casa da própria mãe, a fim de “incentivo”.

Ambos negam todas as acusações (veja aqui e aqui).

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