Publicado em 08/12/2016 às 10h32.

Lava Jato terá reforço para delações da Odebrecht

Depoimentos vão ocorrer em Salvador e mais quatro capitais; pulverização é estratégia para acelerar processo e minimizar risco de vazamentos

Rebeca Bastos
Foto: Divulgação/Odebrecht
Foto: Divulgação/Odebrecht

 

A força-tarefa da Operação Lava Jato busca reforços para agilizar o trabalho ampliado com os depoimentos dos executivos e ex-executivos da Odebrecht signatários dos acordos de colaboração.  Os procuradores se subdividiram em equipes para formalizar no papel e em vídeo os termos de delação das 77 pessoas ligadas ao grupo, entre elas, o presidente afastado Marcelo Bahia Odebrecht e o patriarca Emílio Odebrecht. A meta é começar na sexta-feira (9), ou, no mais tardar, no início da próxima semana.

Os depoimentos começam nove meses após o início das negociações e serão realizados em várias sedes estaduais do Ministério Público Federal. A pulverização em diversas localidades tem como objetivo agilizar o processo e dificultar possíveis vazamentos. Além de Curitiba, estão previstos depoimentos em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

A força-tarefa se subdividirá em equipes de procuradores da Procuradoria-Geral da República, que é quem fez o acordo de delação premiada, e da Procuradoria em Curitiba, origem das investigações da Lava Jato, e que ficará responsável pelo acordo de leniência (espécie de delação para empresas).

O grupo espera conseguir tomar os depoimentos até o dia 19, quando começa o recesso do Judiciário. Investigadores da força-tarefa e advogados ouvidos pela reportagem, no entanto, admitem que devem conseguir concluir tudo apenas em janeiro. Desse modo, no retorno do recesso, o ministro Teori Zavascki deve receber todo a conteúdo do acordo para deliberar sobre sua homologação. Só após a homologação as delações poderão ser utilizadas para abertura de inquéritos ou na solicitação de medidas cautelares, como busca e apreensão e prisão de pessoas citadas.   A leniência será apresentada para homologação ao juiz federal Sérgio Moro em fevereiro.

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