Publicado em 18/09/2017 às 15h52.

Líder de Neto defende Queermuseu e briga com evangélicos na Câmara

Ricardo Almeida (PSC) mandou Carballal "procurar um médico, um psiquiatra", enquanto Isnard Araújo (PRB) perguntou se ele levaria o seu filho de 6 anos para a mostra

Evilasio Junior
Foto: Rodrigo Daniel Silva/ bahia.ba
Foto: Rodrigo Daniel Silva/ bahia.ba

 

Uma semana após a exposição “Queermuseu Cartografias da Diferença na Arte Brasileira” ser cancelada no Santander Cultural, em Porto Alegre, o que gerou pedido de rompimento com o banco na Câmara de Salvador, os vereadores da capital baiana voltaram a discutir o tema na sessão desta segunda-feira (18).

Líder do prefeito ACM Neto (DEM) no Legislativo, Henrique Carballal (PV) defendeu a mostra, controversa por supostamente atacar o cristianismo e fazer apologia à pedofilia e à zoofilia. O evento recebeu R$ 800 mil de recursos públicos, por meio da Lei Rouanet.

No entendimento do chefe da maioria na Casa, o Estado é laico e “não se pode censurar qualquer expressão” em um regime democrático. “A arte é o sentimento da coisa, não a própria coisa, ela pode ser uma representação puramente convencional ou simbólica. Uma obra de arte não trata sobre religião ou temas específicos e sim de expressões de pensamentos e sentimentos. […] Não sou hipócrita. Tenho coragem de defender o que acredito”, argumentou o edil verde (veja o vídeo abaixo), ao falar sobre a “estética da arte”.

O posicionamento foi combatido tanto pelos membros da bancada evangélica, quanto pelo católico Joceval Rodrigues (PPS), seu antecessor no cargo, que considerou a exposição “um absurdo”.

Integrante da Igreja Batista, Ricardo Almeida (PSC) chegou a subir o tom, ao mandar Carballal “procurar um médico, um psiquiatra”. Já Isnard Araújo (PRB) perguntou se o líder da bancada levaria o seu filho de 6 anos para a mostra.

“É uma exposição agressiva contra a sociedade, independentemente da religião que foi atacada. Os símbolos religiosos foram atacados, as famílias, os negros. Um negro na mesma imagem sendo comparado com a figura de animal?”, indagou o membro da Universal.

Na última sexta (18), Cátia Rodrigues (PHS), representante da Igreja Mundial na CMS, apresentou uma moção de repúdio contra o “Queermuseu”, mas a proposta foi derrubada por um voto.

Apesar do debate, com a fala de Carballal, a ala religiosa desistiu de tentar novamente apresentar a matéria em plenário nesta terça.

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