Publicado em 26/01/2016 às 21h00.

Líder do governo quer ‘virar a página’ do impeachment rapidamente

O deputado federal José Guimarães (CE) garante ter os 172 votos de que necessita para manter Dilma no cargo e barrar o processo

Folhapress

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), defendeu na tarde desta terça-feira (26) que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, pauta que praticamente paralisou o andamento dos trabalhos na Casa ao fim de 2015, seja resolvido o mais rápido possível.

“É importante virarmos a página do impeachment. Há uma decisão do Supremo, um rito estabelecido, e temos pressa em virar essa página, para o bem ou para o mal. Não tem que ficar discutindo isso o tempo todo. O país não pode ficar preso a isso. Temos que discutir, montar a comissão especial”, afirmou em entrevista à imprensa.

Guimarães indicou que o governo acredita ter a quantidade de votos necessários para barrar o andamento do processo. Após ser formada, a comissão especial vota o afastamento da presidente. Em seguida, o pedido segue para o plenário da Câmara, onde precisa ser aprovada por 342 dos 513 deputados para seguir.

Questionado se acredita que o governo consegue os 172 votos de que necessita para manter Dilma no cargo, o líder respondeu irritado: “claro, acha que estaria com pressa se não achasse?”.

A comissão especial, contudo, só deve ser formada no fim de fevereiro, após a eleição de todas as novas lideranças das bancadas. O PMDB marcou a eleição de seu novo líder para o dia 17. A disputa, até o momento, está entre o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), e Hugo Motta (PB).

Em uma estratégia para acelerar a pauta e garantir apoios, o governo convocou para a próxima terça (2) uma reunião com os líderes da base aliada e os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Nelson Barbosa (Fazenda), para ouvir sugestões tentar afinar o discurso para o início do ano legislativo.

Ainda segundo José Guimarães, a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a DRU (Desvinculação de Receitas da União) continuam entre as prioridades e, para aprová-las, há disposição de conversar também com a oposição.

A MP da leniência e o projeto de lei que trata de terrorismo também estão na lista do Palácio do Planalto, conforme o deputado.

Com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o rito do impeachment, considerada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e aliados como uma interferência no processo legislativo, o peemedebista promete paralisar os trabalhos nas comissões permanentes da Casa até que o Supremo julgue os embargos de declarações com contestações do julgamento que ele apresentará em fevereiro.

“O Supremo não orientou a Câmara a ficar parada não. Isso é uma decisão do presidente (Cunha). Claro que vamos discutir no colégio de líderes. Eu não concordo com essa ideia de deixar a Câmara parada esperando a decisão do Supremo. Isso não é bom para a Câmara, não é bom para o Congresso, muito menos para o país. Mas evidentemente, o presidente estabelece a pauta”, afirmou Guimarães.

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