Publicado em 30/10/2017 às 06h00.

Líderes minimizam apoio de Carletto a Temer, mas ponderam chapa de Rui

Enquanto Afonso Florence fala que "base não pode abrir mão da coalizão", Alice Portugal defende "abertura do debate"

Evilasio Junior
Foto: Divulgação
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Apesar de o deputado federal Ronaldo Carletto (PP) se articular para compor a chapa do governador Rui Costa (PT), mas ter “seguido a orientação do partido” e votado para salvar o presidente Michel Temer (PMDB) na apreciação da segunda denúncia na Câmara, os líderes do PT e do PCdoB na Casa minimizaram o posicionamento do aliado.

Com o sufrágio na última quarta-feira (25), o pepista ganhou como prêmio o direito de recomendar o novo comandante do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) no estado, em substituição ao indicado de Tia Eron (PRB).

Em entrevista ao bahia.ba, o chefe petista reiterou a necessidade de combater o peemedebista, mas defendeu a tese da coalizão partidária para o chefe do Executivo baiano conquistar a reeleição em 2018.

“Que eu saiba, ele [Carletto] não foi o único da base que votou [a favor de Temer] e os respectivos partidos orientaram nesse sentido. Existe de fato uma circunstância sensível: nós não podemos abrir mão da base no estado em função da potência eleitoral. Existem muitos parlamentares que votaram contra impeachment [de Dilma Rousseff] e agora estão na base do governo [federal]. Nós não queremos dispensar o apoio deles. O problema é que a vida política é muito complexa. Claro que há um sinal de que tem uma discussão política a ser feita. É óbvio que não é a posição mais confortável para nós parlamentares que temos densidade e robustez. Rui Costa é contrário a Temer e o procurador-geral tinha provas robustas e incontestáveis contra Temer, mas a gente vê que ele se salvou independente do voto que ele [Carletto] deu”, contemporizou Florence.

Já a comandante da bancada comunista, embora também não tenha se colocado de uma forma incisiva contra a postura do colega, defendeu que a composição da coligação majoritária seja discutida de forma ampla pelos integrantes da base aliada.

“No momento certo, tem que haver uma análise e a abertura do debate sobre a chapa. Nós, do PCdoB, estamos esperando a marcação desse calendário e, a partir dele, ser feito um debate de maneira muito franca e tranquila. Noventa e sete por cento da nação já disse o que quer [rejeição ao presidente] e o que quer é outro governo. Acredito que, quando o debate se iniciar, temos que chegar a uma posição de ajuste do debate político”, considerou Alice, sobre a necessidade de posicionamento do grupo de Rui contra Temer.

Na votação da acusação formal de organização criminosa e obstrução de justiça contra o mandatário nacional, dos 14 posicionamentos baianos favoráveis ao arquivamento da peça formulada pela PGR, seis partiram de integrantes da base de Rui. Além de Carletto, Cacá Leão (PP), João Carlos Bacelar (PR), José Rocha (PR), Mário Negromonte Jr. (PP) e Roberto Britto (PP) ajudaram Temer.

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