Publicado em 10/03/2017 às 12h45.

Lídice minimiza nomeação de aliada contrária ao PT no governo

“Se trata de uma disputa absolutamente local”, diz senadora sobre ex-prefeita de Amargosa, Karina Silva (PSB), que acusou Rui Costa de perseguição e não cumprir promessas

Evilasio Junior
Foto: Mateus Soares/ bahia.ba
Foto: Mateus Soares/ bahia.ba

 

A senadora Lídice da Mata, presidente do PSB da Bahia, minimizou a polêmica nomeação da ex-prefeita de Amargosa, Karina Silva, sua correligionária, para a coordenação da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Secti), alvo de repúdio do PT do município.

Durante a campanha eleitoral de 2016, a socialista se manifestou favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, acusou o PT de corrupção e de perseguir o seu mandato e o próprio governador Rui Costa de não cumprir promessas. Ela apoiou o candidato do PV, Rosalvinho Sales, que acabou derrotado pelo petista Júlio Pinheiro.

Apesar das críticas dirigidas diretamente ao chefe do executivo baiano, para Lídice, a indicação de Karina e de outros dois ex-gestores para a Secti foi baseada em critérios técnicos e o desalinhamento político é “localizado”.

“Essa tentativa de criminalizar os ex-prefeitos, como pessoas que não podem ocupar cargos, eu não vejo sentido. Todos têm nível superior, todos têm qualificação para ocupar os cargos que estão exercendo. Quanto a Karina, esse também é um debate que não tem sentido existir. Karina foi tratada duramente por uma oposição do PT, desde o primeiro dia da sua posse. Portanto, se trata de uma disputa absolutamente local, da província, da cidade, e não tem sentido ser trazida para o campo da política regional. O nosso partido integra a base do governo de Rui e Karina é parte desse partido”, afirmou a congressista, nesta sexta-feira (10), em entrevista ao bahia.ba, após a cerimônia de entrega da Comenda 2 de Julho ao ex-ministro da Cultura Juca Ferreira.

Para a dirigente socialista, situações semelhantes acontecem “em diversas cidades do estado”. “Em Alagoinhas nós tivemos a candidatura de Sônia [Fontes] contra a candidatura do PT, de Joseildo [Ramos, deputado estadual], e apoiamos Paulo Cezar (PDT) desde o início do seu governo. Joseildo e o PT estavam na oposição, o que eu considero que foi um erro, um erro grave, que nos levou agora a essa situação de ver o DEM ganhando em Alagoinhas [Joaquim Neto é o atual prefeito]. Agora isso é secundário. Nós estamos tratando de uma aliança geral, de uma aliança de um campo político no estado da Bahia e, nesse campo político, não somos autoritários, não somos coronéis”, ponderou.

Embora defenda o discurso de harmonia entre a sua sigla e a administração estadual, Lídice confirmou que há insatisfação do PSB com o Palácio de Ondina, devido à demora na efetivação de quadros indicados pela legenda. “Isso é circunstância, contexto de discussão interna no governo. Atrasaram algumas nomeações da secretaria [de Ciência e Tecnologia] e eu tenho inclusive marcada uma conversa com o governador para discutir esse assunto, mas nada que mereça o registro da imprensa baiana”, suavizou.

Titular da Secti desde a reforma administrativa anunciada por Rui em janeiro, José Vivaldo Mendonça ingressou no PSB pelas mãos do atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner (PT).

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