Publicado em 28/04/2017 às 17h43.

Lídice vê ‘grande risco’ eleitoral para quem apoiar reformas de Temer

Senadora minimizou comportamento dos oito deputados baianos aliados do governador Rui Costa que votaram a favor das mudanças nas regras trabalhistas

Evilasio Junior
Foto: Izis Moacyr/Bahia.ba
Foto: Izis Moacyr/Bahia.ba

 

A senadora Lídice da Mata, presidente estadual do PSB, evitou discutir a possibilidade de reavaliação dos espaços concedidos pelo governo estadual aos partidos que apoiam simultaneamente a gestão petista na Bahia e o presidente Michel Temer (PMDB) em Brasília. Enquanto a sua legenda conseguiu apenas em janeiro a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti), o PR domina o Turismo e o PP tem, além da vice-governadoria, as pastas de Planejamento e Recursos Hídricos.

Na votação da reforma trabalhista, um dos alvos dos protestos realizados nesta sexta-feira (28) em todo o país, oito deputados aliados do governador Rui Costa (PT) disseram “sim” ao projeto na Câmara Federal. “Aí não é questão de justiça, é questão de aliança montada pelo governador e o governador vai saber avaliar isso. Há uma aliança Bahia e outra no Brasil. No PSB, mesmo, nós travamos uma batalha muito grande, de mais de um ano, para que o partido chegasse ao ponto que chegou agora, mas uma parte do partido apoiou esse governo, ainda tem participação nesse governo. O que importa para nós agora é que nós ganhamos. A militância do partido exigiu essa posição e foi aceita por sua executiva”, afirmou a parlamentar, em entrevista ao bahia.ba, durante ato realizado no Campo Grande, em Salvador, ao comparar a situação híbrida também da sua legenda, em que o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, entregou o cargo justamente para votar na matéria.

Para Lídice, independentemente das alianças nos estados, os congressistas que ajudarem à implementação das medidas, consideradas “aviltantes” aos trabalhadores, terão um preço elevado a pagar na eleição de 2018. “Não tenho dúvida. Eu acho que quem está querendo votar com Temer está correndo um grande risco nos seus interesses pragmáticos imediatos, porque eu duvido muito que essa reforma da Previdência receba o apoio do povo. Quem votar contra o povo na reforma tem grande chance de perder a eleição. Não sei nem quem é, mas aqueles que tiveram essa decisão vão ter que responder muito no momento da eleição. O povo está unido no Brasil contra essas reformas”, apostou.

Segundo a senadora, os protestos desta sexta-feira vão impactar no comportamento dos parlamentares no Congresso Nacional. “Eu acho que estas manifestações vitoriosas, hoje, no país inteiro, farão com que os senadores pensem muito em votar essa reforma trabalhista. Até porque, a reforma que entra no Senado é uma reforma muito pior do que a já ruim reforma que o presidente Temer encaminhou para a Câmara. O deputado Rogério Marinho [relator do projeto] piorou muito o seu viés, o seu compromisso liberal, neoliberal. Ele simplesmente destruiu qualquer resquício de direitos dos trabalhadores brasileiros e eu penso que o Senado, com o equilíbrio, que nós temos expectativa que ele tenha, possa reverter essa situação”, avaliou.

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