Publicado em 18/08/2017 às 09h03.

Lula, o velho que virou novo com ajuda de Temer, já está em campanha

Na passagem do ex-presidente pela Bahia, a começar por Salvador, houve os ensaios de outra previsão, a de que teremos uma eleição raivosa

Levi Vasconcelos

Frase da vez

As tragédias verdadeiras no mundo não são conflitos entre o certo e o errado. São conflitos entre dois direitos.”
Friedrich Hegel, filosófo alemão (1770-1831)

 

Foto: Izis Moacyr/ bahia.ba
Foto: Izis Moacyr/ bahia.ba

 

Dizem os petistas que se Lula for candidato à Presidência da República, Rui Costa ganha um cabo eleitoral fortíssimo, líder em todas as pesquisas, na Bahia mais ainda.

Na ótica petista, tem a ver. Lula foi impedido de ser ministro de Dilma por Gilmar Mendes, foi condenado por Sérgio Moro e agora na Bahia impedido de receber o título de Doutor Honoris Causa da UFRB “a qualquer tempo”, em uma simples liminar por um simples juiz, robustecendo a tese de que as decisões judiciais contra ele são políticas. Resultado: a esquerda vitaminada e a direita atolada até o pescoço.

E será candidato? Só se a Justiça não deixar. Em campanha ele já está. E na sua passagem pela Bahia, a começar por Salvador, houve os ensaios de outra previsão, a de que teremos uma campanha raivosa.

Muito ajuda a Lula, por irônico que possa parecer, o impeachment de Dilma. A ascensão de Michel Temer ao poder formou cenários bons e ruins no panorama nacional. Veja:

1 – A distinção, com clareza, das diferenças de políticas mais à direita e à esquerda.
2 – A necessidade que a direita tem de forjar um novo líder, até agora, com Jair Bolsonaro e João Doria disputando a ponta, sem outras alternativas visíveis.
3 – O desgaste petista até Temer foi repartido pelo conjunto, já que Temer e Aécio, apanhados com a mão na botija, produziram a sensação generalizada de que todos são corruptos.

No mais, espera-se que as agressões se limitem as ovadas. Os sinais não são bons.

Ataques sutis

Petistas festejavam Lula na Bahia chamando-o de Menino Veneno.

Os contra diziam que, por ironia do destino, na programação em Salvador, estava prevista uma parada no Campo da Pólvora, por mero acaso, em frente ao Fórum Criminal.

São farpas sutis que refletem a dimensão da polarização.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.