Publicado em 20/06/2016 às 13h13.

Maranhão retira consulta que poderia salvar Cunha

O presidente interino da Câmara dos Deputados fez consulta que poderia abrir uma brecha para abrandar a pena do peemedebista

Redação
(Foto: J. Batista/ Agência Câmara)
(Foto: J. Batista/ Agência Câmara)

 

Após adotar uma medida que poderia livrar da cassação o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do mandato e da presidência da Câmara por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), retirou na manhã desta segunda-feira (20) a consulta feita à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Maranhão justificou a retirada sob o argumento de que, em processo político-disciplinar, o que deve ser submetido ao plenário é o parecer e não um projeto.

O relator da consulta na CCJ, Arthur Lira (PP-AL), também aliado de Cunha, já havia dito que poderia ser submetido ao plenário da Câmara, em vez de um parecer, um projeto de resolução. Lira disse também que, por se tratar de um projeto, seria possível que os deputados apresentassem emendas ao texto diretamente no plenário para tentar alterar o teor da proposta. Isso abriria uma brecha para abrandar a pena de Cunha.

O recuo do presidente interino ocorre no início de uma semana que promete momentos cruciais para o futuro político do presidente afastado. O primeiro deles é um pronunciamento que ele pretende fazer à imprensa em um hotel de Brasília, nesta terça-feira (21). O peemedebista não revelou o que pretende comunicar. Conforme aliados, ele disse somente que faz tempo que não aparece publicamente e que avaliava, portanto, falar com a imprensa.

Além disso, o STF julgará, a partir do próximo dia 22, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha, referente a contas na Suíça atribuídas ao parlamentar. A acusação é baseada em investigação aberta em outubro do ano passado sobre o deputado, sua mulher, Cláudia Cruz, e de uma de suas filhas, Danielle Cunha. O inquérito apontava indícios de que o deputado teria cometido evasão de divisas, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Também está com o Supremo um pedido de prisão de Cunha, feito pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, que alega que o deputado, mesmo afastado, interfere na Câmara para se proteger das investigações. O pedido está com o relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, que ainda não tomou uma decisão sobre o tema.

Cassação – Já com parecer aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara favorável à cassação do mandato do peemedebista, a decisão sobre o destino do parlamentar cabe ao plenário da Casa. Eduardo Cunha é acusado de decoro por supostamente ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, ao negar ter contas secretas no exterior.

Vence esta semana o prazo para Cunha apresentar à CCJ um recurso contra a aprovação, no Conselho de Ética, do relatório que pede a sua cassação.

Com informações do G1.

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