Publicado em 23/04/2018 às 20h00.

Marta critica BRT e afirma que obra foi iniciada sem autorização e estudo

"Este é um projeto cheio de obscuridades, sem transparência, com custo caríssimo que não teve até agora o alto valor explicado pela prefeitura"

Redação
Foto: bahia.ba
Foto: bahia.ba

 

Líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) denunciou nesta segunda-feira (23) irregularidades nas obras do BRT. De acordo com ela, a prefeitura ainda não tem a outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos pelo Inema para o tamponamento dos rios Camarajipe e Lucaia, tampouco o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).

Marta solicitou informações à prefeitura sobre o projeto e relata que, em ofício recebido pela Secretaria de Mobilidade Urbana, nada consta sobre autorização e estudo citado. O BRT de Salvador tem sido alvo de polêmica na cidade, devido ao alto custo e por causa do corte de 579 árvores em seu trajeto.

“Como é que se pode contratualizar uma obra, pagar a construtora para tamponar os rios, se não tem autorização para tal? A outorga e o Estudo de Impacto deveriam ser obtidos previamente ao contrato. E se o Inema dizer que não pode? Este é um projeto cheio de obscuridades, sem transparência, com custo caríssimo que não teve até agora o alto valor explicado pela prefeitura. A prefeitura tenta enganar o povo falando que vai replantar árvores, mas se esquiva dos valores”, pontua Marta.

Com investimento previsto de R$ 820 milhões, a obra do BRT Salvador se configura como a mais cara dentre várias capitais brasileiras. De acordo com dados do Ministério das Cidades fornecidos para o movimento Salvador Sobre Trilhos, em comparação com Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA), Recife (PE), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), entre outras, o valor por cada quilômetro implantado na capital da Bahia chega a custar o triplo das demais.

Para Marta, a prefeitura deveria desistir do projeto do BRT e utilizar a verba para atender prioridades do transporte público em áreas periféricas, “que sofrem com o descaso do poder municipal e com escassez de ônibus”. “Precisamos exigir que a verba pública seja utilizada onde realmente é necessário”, finalizou.

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