Publicado em 15/03/2016 às 17h56.

Moro manda soltar funcionária da Odebrecht presa em Salvador

Considerada “pessoa chave” para pagamento de vantagens indevidas, Angela foi detida pela Lava Jato em sua casa

Redação
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
A funcionária da empresa foi presa no bairro de Pernambués, onde mora, no dia 11 de março (Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

 

A funcionária da Odebrecht Angela Palmeira Ferreira, investigada pela 23ª fase da Operação Lava Jato, foi solta a mando do juiz Sérgio Moro nesta terça-feira (15). De acordo com a Polícia Federal (PF), o alvará de soltura foi expedido sob a condição de que ela não deixe o país sem autorização judicial e compareça aos atos do processo.

“Apesar da aparente gravidade dos fatos em apuração, com indícios do envolvimento da investigada em esquemas de pagamentos subreptícios Grupo Odebrecht, Angela Palmeira teria uma função subordinada no suposto esquema criminoso, motivo pelo qual seria talvez desproporcional decretar a preventiva. Por outro lado, quanto à prorrogação da temporária, também não vislumbro motivos suficientes para tanto”, afirmou o juiz.

Antes da soltura, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) haviam pedido, nesta terça, a prorrogação da prisão por mais cinco dias, sob alegação de que não houve tempo de analisar equipamentos de informática de telefone celular apreendidos com a funcionária.

Na 23ª fase da Lava Jato,  as autoridades apuram pagamentos de US$ 3 milhões no exterior e R$ 22,5 milhões no Brasil feitos pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana. Ele trabalhou em campanhas eleitorais do PT. O marqueteiro baiano permanece preso na Superintendência da PF em Curitiba desde o dia 23 de fevereiro. A suspeita é de que a fonte dos recursos seja o esquema de corrupção de desvio de dinheiro da Petrobras.

Polícia Federal – Segundo os delegados da PF, Marcio Anselmo e Renata Rodrigues, há indícios, ainda, de que Angela tenha se desfeito de “elementos probatórios relevantes, motivo pelo qual julga-se pertinente a prorrogação por novo prazo a fim de se ultimar a análise do material arrecadado”. Conforme a PF, ela trabalhava na mesma equipe de Maria Lucia Tavares, que ficou presa por dez dias em Curitiba e é apontada pelas investigações como a responsável pela contabilidade paralela da Odebrecht destinada a pagamentos ilícitos. Angela Ferreira teria enviado e-mails para Maria Lúcia com planilhas com codinomes. Os documentos sugerem entradas de valores em conta corrente paralela mantida por operadores financeiros.

Ainda conforme a PF,  as planilhas com as transferências superam R$ 50 milhões, sem especificar em qual moeda. Para os procuradores, o fato revela indícios de que Angela Ferreira tinha participação expressiva no esquema de pagamento de propina realizado pelo Grupo Odebrecht. “Há, portanto, evidências de que Angela Palmeira também faça parte da Organização  Criminosa instalada no âmbito da Odebrecht para o cometimento de crimes de corrupção, lavagem de ativos, dentre outros”, dizem os procuradores.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.