Ex-motorista de Alexandre Frota acusa deputado do PSL de usá-lo como laranja
Em depoimento ao MP, Marcelo Ricardo Silva afirmou que o parlamentar pediu que ele assumisse a titularidade de duas empresas que eram suas
Marcelo Ricardo Silva, ex-motorista de Alexandre Frota, afirma que foi usado pelo deputado federal do PSL como laranja em esquemas de repasse de dinheiro durante a campanha eleitoral.
O motorista diz ter assumido a titularidade de duas empresas que eram de Frota, a pedido do próprio parlamentar, em troca de benefícios. Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Marcelo Ricardo revelou que também era responsável por receber pagamentos de terceiros e repassar para a esposa do ex-ator pornô, braço-direito do governo Bolsonaro.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Marcelo reafirmou o que depôs ao MP e reforçou que trabalhou com Frota durante as eleições de 2018. Ele diz que teria sido pago por empresários amigos do político, valores que não foram declarados à Justiça Eleitoral.
Um dos líderes do PSL e importante articulador de projetos do governo federal, como a reforma da Previdência, o deputado Alexandre Frota emitiu uma nota onde nega todas as acusações e diz ser vítima de “ameaças” e “extorsão”:
“Dessas condutas criminosas, em março de 2019, o deputado lavrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Cotia (SP) e uma representação perante a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados (razão porque o mesmo está proibido de lá adentrar)”, diz nota emitida pelo deputado.
Marcelo, que chegou a ganhar um cargo no gabinete do deputado, mas foi exonerado apenas 20 dias depois, afirma que a relação com Frota iniciou em 2017, quando o ex-ator conseguiu um emprego para ele na TV Nova Cidade. No mesmo ano, o deputado do PSL pediu que ele se tornasse dono de duas empresas, a F. R. Publicidade e Atividades Artísticas e a DP Publicidade Propaganda e Eventos Ltda.
“Ele [Frota] falou: eu tenho essas duas empresas minhas. Vou passar para o teu nome, e vou te dar uma porcentagem. Eu falei beleza, tá bom, crente que ia ganhar alguma coisa”, contou o motorista à Folha. Registros na Junta Comercial de São Paulo confirmaram que as duas empresas estavam no nome de Frota e foram transferidas para Marcelo. Em sua defesa, Alexandre Frota alega que tudo transcorreu dentro da legalidade, e se justificou: “”Toda a relação com o mesmo anteriormente a 2019 foi privada”.
Em 2018, após deixar a TV Nova Cidade, Marcelo teria sido pego de surpresa ao ter negado o pedido de seguro-desemprego, já que constava como sócio das empresas. Ele diz ter comunicado a Alexandre Frota, que prometeu compensá-lo com um valor de R$ 10 mil, que segundo Marcelo, nunca foi pago.
O ex-motorista do deputado federal relatou que chegou a fazer depósitos que somados chegam a cerca de R$ 70 mil na conta da esposa de Frota, feito por terceiros e de origem desconhecida:
“Ele [Frota] não falava em dinheiro. Dizia que vai ter um show e estou precisando dos ingressos. O Frota mandava eu cobrar os ingressos. Um cara do Rio de Janeiro já sabia que era o dinheiro que tinha que depositar. Ele depositava picado”, alega Marcelo. “Caía na minha conta e ele passava: ‘os ingressos já foram emitidos.’ Eu já sabia que era para ir no banco sacar o dinheiro e transferir para a esposa dele [Fabiana]”, acrescentou.
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