Publicado em 20/08/2018 às 11h44.

Mulheres na política, uma questão de mais civilidade

Ainda é algo novo na nossa cultura, um atraso a vencer, que aos poucos vai sendo vencido

Levi Vasconcelos

Dados do TSE apontam que o número de mulheres candidatas caiu de 32% em 2014 para 29,4% agora. Na real, é mais oscilação do que queda. Em 2014 o TSE festejou porque o número de candidatas no país afora pulou de 22,43% em 2010 para 29,73% em 2010.

Tropeços do caminho. As considerações aí vêm a propósito da pergunta de Carlos Dórea, da Pituba, leitor amigo: é justo estabelecer cotas de vagas e dinheiro nas disputas eleitorais?

Claro, meu caro Dórea. A mulher só ganhou direito a voto em 1932, embora tenha elegido a primeira prefeita (Lages, RN|) em 1928. E elegeu a primeira deputada federal em 1934. Ainda é algo novo na nossa cultura, um atraso a vencer, que aos poucos vai sendo vencido.

Imagine uma linha de corte entre uma sociedade igualitária de respeito pleno a direitos coletivos e opções individuais e o homem das cavernas. Você verá que esse negócio de diferenciar pessoas pelo gênero e cor de pele vai na contramão da civilidade que se busca, é algo muito mais para as cavernas.

Claro que não é o gênero ou a pele que estabelece a condição moral ou mesmo de eficiência. A história, a literatura e a fantasia pura e simples são recheadas de bruxas malvadas. Mas também temos nossas santas, forjadas entre as bruxas.

Ademais, a primeira presidenta da história do Brasil foi Dilma. Alguém tem saudades? Nem os petistas.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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