Publicado em 23/08/2016 às 13h07.

Müller: ‘Se não apontar 1,5 mil infrações em meia hora, deixo o cargo’

Superintendente de Trânsito de Salvador rechaçou tese de “indústria da multa” defendida por candidatos, ao chamá-la de “populismo”, e disse que há "indústria de infrações"

Evilasio Junior
Foto: Evilásio Júnior/ bahia.ba
Foto: Evilásio Júnior/ bahia.ba

 

O superintendente de Trânsito de Salvador, Fabrizzio Müller, disse que “não passa de populismo” a acusação de que a prefeitura promove uma “indústria da multa” na cidade para arrecadar recursos. Na recém-iniciada campanha eleitoral, pelo menos dois candidatos – Da Luz (PRTB), postulante a prefeito, e João Henrique (PR), aspirante a vereador – já utilizaram a “tese” como parte do discurso.

“Querer rasgar multa em palanque é até uma falta de respeito com uma categoria que está aí fiscalizando. E aí, eu devolvo o questionamento a quem mora e dirige em Salvador: Salvador não tem infração? Eu pego qualquer pessoa aqui no carro e vou dirigir por meia hora. Se eu não apontar 1,5 mil infrações de trânsito eu mudo o meu nome e deixo o meu cargo. O que existe aqui é uma indústria de infrações”, alfinetou o chefe da Transalvador, nesta terça-feira (23), em entrevista ao programa O Sistema É Bruto – 1ª Edição, na Rádio Vida FM 106,1.

No entendimento do gestor, o principal gerador de ocorrências nas vias soteropolitanas é o fator cultural. “As pessoas passaram muitos anos desacostumadas a serem fiscalizadas. Parte do problema da mobilidade hoje é isso. Não dá para percentualizar, mas eu digo que grande parte da solução do trânsito está na mão das pessoas. Se as pessoas passarem a cumprir com as suas obrigações, respeitar mais as leis de trânsito, respeitar mais a circulação de veículos e a coletividade, não tenha dúvida que melhora”, apostou.

Segundo Müller, apesar das críticas e acusações, ele segue motivado na função. “O que me deixa muito tranquilo é que, de 2013 para cá, nós reduzimos em quase 20% o número de mortes no trânsito. Esse número me deixa com a certeza de que o que estamos fazendo está correto, porque são vidas que foram salvas”, disse. De acordo com o superintendente, uma das ações fundamentais para a redução no número de acidentes é a ampliação da fiscalização que visa o cumprimento da lei que proíbe a combinação direção e álcool. “Temos blitz da lei seca agora de segunda a segunda”, salientou.

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