Publicado em 19/02/2019 às 11h06.

Na demissão de Bebianno, o porta voz até tentou driblar a imprensa. Não colou

Afinal, o governo tem apenas 50 dias de instalado. E um ministro já dançou por conta dos mesmos motivos que geraram a crise da Lava Jato

Levi Vasconcelos
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Otávio do Rêgo Barros, o porta voz da Presidência, até tentou despistar. Foi curto ao comunicar a demissão do ministro Gustavo Bebianno (foto), e depois discorreu com bem mais detalhes sobre a assistência que o governo vai dar para policiais e bombeiros que trabalharam no resgate das vítimas de Brumadinho e a política governamental para portos e aeroportos.

Não colou. 100% das perguntas dos jornalistas presentes ao anúncio tiveram tema único: Bebianno.

Pano de fundo

Não poderia ser diferente. Afinal, o governo tem apenas 50 dias de instalado. E um ministro já dançou por conta dos mesmos motivos que geraram a crise da Lava Jato e a subsequente vitória do presidente Bolsonaro, o financiamento de campanha.

Bolsonaro, é claro, se blindou (ou tenta). Não passou recibo. Algo que o mundo político ainda espera para ver o desdobramento.

Aliás, fora os deputados federais, dez entre dez políticos, com mandato ou sem, dizem que o xis da questão é o mesmo, o financiamento de campanhas.

Tiraram as doações empresariais, o motivo que vitaminou a Lava Jato, e instituíram o financiamento público. Resultado: o grosso do dinheiro foi para deputados federais com mandatos, que ainda tinham que doar 30% para mulheres, e o resto ficou sem nada, nem os candidatos a federal sem mandato, muito menos os estaduais. Foi aí que Bebianno entrou. E dançou.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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