Publicado em 19/02/2018 às 13h06.

Na disputa baiana de 2018, da banda federal só restou Lula (aos trancos)

E em 2018, cadê a referência nacional? Ninguém tem. Ou melhor, Rui tem Lula, que candidato, não candidato, solto ou preso é o que restou-lhe

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Será que o Exército realmente vai solucionar a problemática da corrupção na polícia repressiva, que é a militar?”

Marco Aurélio de Mello, ministro do STF, pondo em dúvida a eficácia da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

Foto: Ricardo Stucket
Foto: Ricardo Stucket

 

O sinal cabal de que um navio está indo a pique é quando os ratos que habitam os porões começam a pular fora. Eis a questão: do navio de Rui ninguém pula. Mas tem um porém: pular para onde, se ACM Neto, o principal líder da oposição na Bahia, também está no oceano em busca de um porto deflutível?

Na Bahia, nos últimos tempos, campanhas eleitorais sempre foram polarizadas, antes o carlismo contra o resto, hoje os petistas contra a herança carlista. Na área federal, a direita e os camaleões de palácio (que avermelharam na era petista) faziam o embate contra uma esquerda pulverizada.

Hoje, temos uma esquerda quase toda desacreditada pelas falcatruas que o PT cometeu em nome de um projeto de poder e uma direita que derrubou os petistas, mas também está mergulhada (ou naufragada) no oceano da corrupção.

Disso resulta que os núcleos extremistas, de esquerda ou direita, não crescem tanto. E daí em diante só as urnas forjarão os majoritários. Em síntese, tirante o alquebrado Lula, não há referências a se seguir.

A banda federal sempre influenciou na Bahia. E em 2018, cadê a referência nacional? Ninguém tem. Ou melhor, Rui tem Lula, que candidato, não candidato, solto ou preso (alguns dizem que morto seria melhor ainda) é o que restou-lhe.

Daí que o navio de Rui navega só. 2018 começa assim.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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