Publicado em 05/07/2019 às 16h38.

‘Não é crime’, diz Maia ao defender publicação de mensagens atribuídas a Moro

“Quando é para beneficiar um lado, é bacana, mas, quando é para beneficiar o outro lado, aí não pode?”, questiona o presidente da Câmara

Redação
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira a publicação dos supostos diálogos entre integrantes da Lava Jato pelo site Intercept Brasil e afirmou que não pode haver ” dois pesos e duas medidas” sobre a divulgação de informações de interesse público.

“Quando é para beneficiar um lado, é bacana, mas, quando é para beneficiar o outro lado, aí não pode? Um vazamento de um documento sigiloso que foi entregue por um agente público a um jornalista é pior do que um hacker vazar uma informação? declarou em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

Segundo o jornal O Globo, ao falar sobre o caso brasileiro, Maia lembrou do episódio do Wikileaks, organização que publica postagens de fontes anônimas e que em 2010 revelou uma robusta quantidade de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos

Para o presidente da Câmara, o que “não foi criticado no passado” agora é visto com desaprovação.

“Todo mundo divulgou o Wikileaks e, naquela época, ninguém viu problema. É claro que é crime [o que o suposto hacker da Lava Jato fez], mas o jornalista que divulgou a informação não está errado. Está mais do que claro, com respaldo da Constituição Federal, que não é crime”, disse.

Na entrevista, Maia lembrou da conversa telefônica feita entre a então presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva divulgada em 2016.

Naquela ocasião, o grampo nos diálogos não tinha autorização legal, já que foi feito após Moro, então juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba, pedir a interrupção dos grampos.

“Eu sou contra vazamento ilegal. Só que o jogo foi jogado assim a vida inteira, inclusive durante o impeachment da Dilma. Aquela decisão do vazamento [feito por Moro] foi decisivo para recuperar o impeachment, que estava morrendo naquela época. Que vá atrás do criminoso, que entrou no celular de terceiros para pegar informações”, afirmou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.