Publicado em 19/06/2019 às 10h07.

‘Não é um adolescente com espinha, é um grupo criminoso’, diz Moro sobre hackers

Em audiência na CCJ do Senado, ministro da Justiça disse que suposto invasor fingiu ser ele para conversar com uma apresentadora de TV

Luiz Felipe Fernandez
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

O ministro da Justiça Sérgio Moro voltou a dar explicações sobre a suposta invasão hacker que teria resultado no vazamento de conversas com Deltan Dallagnol sobre o andamento da Operação Lava-Jato, publicadas em uma série do The Intercept. Em sessão na manhã desta quarta-feira (19) na CCJ Senado, o magistrado reforçou que muitos procuradores também foram hackeados e que todos foram vítimas de um “grupo criminoso organizado”.

“Não é um adolescente com espinha na cara, na frente do computador [responsável pela invasão], mas sim um grupo criminoso organizado […] É um ataque às instituições”, alegou Moro, que disse ter “ouvido muitas histórias” de jornalistas que também foram alvos dos hackers.

Desconfiado do “caráter brincalhão” do hacker nas mensagens, o ministro do governo Bolsonaro contou que o invasor teria se passado por ele e conversado ainda com uma apresentadora de TV.

Moro relatou como suspeitou de que havia algo errado com o seu aparelho celular. Segundo o ex-juiz federal, o aparelho estava “em cima da mesa” quando recebeu uma ligação do seu próprio número. Depois, algumas pessoas o questionaram se ele havia feito telefonemas para elas, o que então teria levado a concluir que o celular havia sido “clonado”.

O magistrado, mais uma vez, garantiu que não tem mais as supostas conversas salvas no seu aparelho, e que mesmo que não enxergue nenhuma irregularidade no que foi publicado pelo The Intercept, não pode assegurar a veracidade do conteúdo. “Não me lembro das mensagens que troquei há um mês atrás, vou me lembrar de conversa de dois, três anos atrás?”, indagou.

Sobre a série de reportagens do The Intercept, Moro novamente disse que estão “repletas de sensacionalismo” e que o “conteúdo foi exacerbado”. O chefe da pasta da Justiça reclamou de não ter sido procurado pelo veículo para que dessa sua versão sobre o fato, o que violaria uma “regra básica do jornalismo”.

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