Publicado em 23/03/2017 às 12h03.

‘Não vou dialogar com reitor pela imprensa. É deselegante’, diz Rui

João Carlos Salles enviou carta pública ao governador para cobrar o repasse de verbas atrasadas para pesquisas da Ufba

Rebeca Bastos
Foto: Rodrigo Aguiar/bahia.ba
Foto: Rodrigo Aguiar/bahia.ba

 

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse durante entrevista coletiva no final da manhã desta quinta-feira (23) que está surpreso com a atitude do reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), João Carlos Salles, que publicou uma carta para cobrar repasses atrasados do Estado há mais de dois anos.

“Se tem alguma coisa desde 2015 e ele não me falou, prefiro não comentar para não ser deselegante e falar de algo que não me foi comunicado como demanda ou como problema a ser resolvido”, declarou, durante visita à obra do terminal Mussurunga, que vai compor a integração da Linha 2 do metrô.

“A mim não chegou ofício nenhum. Gente, eu não vou dialogar com reitor através da imprensa, se ele fez essa opção, eu não vou fazer. Ele tem meu telefone, já esteve comigo tantas vezes… O dia que ele quiser me ligar, ele me liga. Então, eu não vou dialogar com o reitor através da imprensa. É desnecessário, descortês e deselegante. Eu gosto de tratar as pessoas do jeito que eu gostaria de ser tratado, e eu gosto de ser tratado com elegância, com respeito e de forma cortês”, arrematou.

Visivelmente irritado com a repercussão da declaração de Salles, Rui reagiu com o tom acima da média e disse que foi surpreendido pelo comunicado, pois esteve com o reitor uma série de vezes e não foi questionado em nenhuma das ocasiões. “O país está assim, o reitor que esteve comigo várias vezes não me falou isso, e falou para você. Eu vou aguardar ele me falar o que é, porque eu não posso comentar sem nem saber do que se trata. Eu despacho regularmente com meus secretários. Há dez dias estive com os reitores das estaduais, há dois meses em reunião com o da Federal e ninguém me falou nada disso”, contestou.

O petista ainda falou que as portas do seu gabinete estão abertas e que basta demandar uma audiência por telefone ou por e-mail que haverá atendimento. Ele ainda confrontou “que esse não é caminho natural para o diálogo” e que por isso não falaria mais sobre o assunto até ser comunicado formalmente.

Entenda o caso – De acordo com matéria publicada no Correio desta quinta, cerca de 80% das pesquisas que contam com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) não recebem recursos com regularidade desde 2015. Em protesto à situação, o reitor da Ufba enviou uma carta dirigida ao governador em que manifesta a sua preocupação com o quadro financeiro da instituição, que dá suporte a mais de 3 mil pesquisadores em toda a Bahia e tem dívida de mais de R$ 70 milhões. No texto, o reitor cobra uma atitude do Executivo para o problema.

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