Publicado em 03/01/2017 às 15h13.

Neto ataca Rui por fechamento de UPA e sugere ação da Câmara

O fechamento da unidade em Escada, responsável por quase sete mil atendimentos mensais, deve causar um forte efeito colateral para a prefeitura

Rodrigo Aguiar
(Foto: Raul Golinelli GOVBA).
Foto: Raul Golinelli / GOVBA

 

Em seu discurso durante a entrega de uma unidade de saúde reformada no Alto do Peru, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sugeriu nesta terça-feira (3) que a Câmara Municipal acionasse a Justiça contra o fechamento da Unidade de Pronto-Atendimento de Escada, no Subúrbio Ferroviário, pelo governo do Estado.

Aliado do democrata, o vereador Orlando Palhinha (DEM) entrou com um mandado de segurança para reabrir a UPA, mas teve o pedido negado durante o plantão do Judiciário, pelo juiz substituto Gustavo Pequeno. A decisão do magistrado foi publicada no Diário da Justiça desta terça.

“Hoje no Subúrbio existe uma polêmica, inclusive li que o vereador Palhinha está querendo provocar a Justiça, e acho que essa poderia ser uma posição de toda a Câmara Municipal para protestar contra a decisão do governo do Estado de fechar a UPA de Escada. Além disso, aqui em São Caetano, o governo também tinha uma unidade 24 horas que já fechou. Duas unidades fechadas do fim do ano para cá”, discursou o prefeito.

Depois de dizer que não queria fazer nenhuma “provocação política”, Neto comparou diretamente a sua administração à do governador Rui Costa e atacou o petista. “Enquanto a prefeitura está expandido, o governo está fechando. A crise não pode ser desculpa nem justificativa. Eu, por exemplo, tomei a decisão de construir o primeiro hospital municipal já na crise. Vamos entregar funcionando no começo do próximo ano, com mais de 200 leitos. A questão é a prioridade, é saber aplicar bem o dinheiro público. A saúde não pode ser objeto de propaganda, como a gente vê por aí aos quatro cantos”, disse o democrata.

Na época do fechamento da UPA, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que obedecia a uma recomendação do Tribunal de Contas (TCE), que apontou irregularidades entre a pasta e a empresa Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, responsável pela administração da unidade.

O TCE, no entanto, negou que tenha requerido o fechamento da UPA. Segundo a Corte, o Relatório de Auditoria “não recomenda o fechamento da UPA de Escada, mas tão somente que se regularize a contratação da entidade que explora o equipamento”.

O fechamento da unidade em Escada, responsável por quase sete mil atendimentos mensais, deve causar um forte efeito colateral para a prefeitura. Espera-se que a população atendida no bairro procure os serviços da UPA de Paripe, administrada pelo Município, onde já são atendidas 5,4 mil pessoas por mês.

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