Neto diz que ‘jamais’ defenderá perseguição à gestão de Rui
Às vésperas de formalizar um possível apoio ao governo Bolsonaro, presidente do DEM questiona se petista dispõe-se a ter "boa relação" com futura gestão
Às vésperas de formalizar um possível apoio ao governo Jair Bolsonaro (PSL), o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, afirmou que “jamais” defenderá qualquer tipo de “perseguição” ao petista Rui Costa.
Ele, entretanto, diz não saber se o adversário político está disposto a ter diálogo com a futura gestão.
“Não dá pra ficar fazendo jogo. Ser oposição aqui e querer ter um pé no governo. Aí não dá. Então, a gente tem que saber qual é a situação do governador em relação à sua disposição de ter uma boa relação com o governo federal”, declarou na manhã desta terça (20), durante a inauguração de um posto de saúde no bairro de Mussurunga, na capital.
“Podem ter certeza que jamais vou defender que haja qualquer tipo perseguição em relação aos interesses da Bahia”, frisou.
Neto, por outro lado, afirma ainda desconhecer de que forma lidará com a equipe do capitão da reserva. Nesta quarta (21), o chefe do Palácio Thomé de Souza se reunirá com o correligionário e futuro ministro da Casa Civil, Ônix Lorenzoni (DEM-RS), com quem deve bater o martelo sobre uma eventual adesão à administração bolsonarista.
“Eu ainda sequer posso dizer qual vai ser a minha [relação], porque nós estamos ajustando isso. Essa conversa ainda está começando. Agora, tenha certeza que eu sempre favou defender uma posição de apoio integral às questões da Bahia, sobretudo num momento como esse, que, ao que parece, a situação fiscal do Estado está muito ruim. O próprio governador tem falado aí em apertar o cinto, em fazer muitos cortes, negando recursos pra Assembleia, negando recursos pro Judiciário. Nós sabemos o nível de comprometimento que o Estado tem hoje com as PPPs [parcerias público-privadas]”, disse o democrata sobre a conjuntura “muito dramática”, conforme definiu o próprio Rui.
Neto, por sua vez, disse esperar que o cenário não seja “mascarado” tal como, segundo ele, ocorreu no segundo mandato da então presidente Dilma Rousseff.
“Espero que na Bahia, a partir de hoje, não aconteça o que aconteceu em 2014 no Brasil, que Dilma se reelegeu num cenário, prometendo um quadro, e logo depois nós nos deparamos com um outro quadro, que era o da realidade. A campanha mascarou a realidade. Espero que a campanha aqui na Bahia não tenha mascarado a realidade. Vamos ver a partir de agora”, criticou.
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