Publicado em 13/07/2016 às 10h22.

Neto larga na vantagem da pole e outras coisitas mais

Dizem que tem gente que nasce com o bumbum virado para a lua. Se assim o é, ACM Neto é um

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“É fácil falar em nome do povo: ele não tem voz”

Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro (1902-1987)

Prefeito foi carregado por "população" no 2 de Julho, mas diz que ainda não decidiu disputar reeleição (Foto: Roberto Viana/Ag. Haack/Bahia.ba).
Prefeito foi carregado por “população” no 2 de Julho, mas diz que ainda não decidiu disputar reeleição (Foto: Roberto Viana/Ag. Haack/Bahia.ba).

 

Deixemos um pouco de lado Temer, Cunha, Dilma, Lava Jato e etc para darmos um giro pela Bahia, onde só se respira política, a começar por Salvador.

Dizem que tem gente que nasce com o bumbum virado para a lua. Se assim o é, ACM Neto é um.

Herdou do avô o DNA, a grife e a vocação política. De saída, já tem essas vantagens. Chega ao fim da primeira experiência como executivo bem avaliado, com os adversários principais enroscados em discussões que, sem consenso, estão na tentativa de arrumar uma candidatura minimamente competitiva.

Neto diz não ter pressa para deflagrar a campanha. Só o fará depois de 15 de agosto. Óbvio, só tem a ganhar. A campanha é mais curta este ano, o que só beneficia detentores de mandato. E também não há financiamento privado, o que quer dizer menos dinheiro a gastar. E na condição de prefeito ele tem mídia.

Vai encarar Alice Portugal (PCdoB) como sua mais forte adversária, uma candidatura mais imposta do que natural. Por isso, sequer conseguiu unir o núcleo principal dos governistas.

Lógico que a esquerda historicamente tem um naco do eleitorado de Salvador. E nem o próprio Neto espera obter um resultado como os 68% de intenções de voto que a última pesquisa, do Instituto Paraná, lhe deu.

Mas para quem está pavimentando o caminho do futuro, ele começou com o bumbum para a lua e hoje já foi quase o corpo inteiro.

A ex-minístra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil).
A ex-minístra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil).

 

Luiza Bairros

Luiza Bairros, a ex-ministra da Promoção da Igualdade que ontem nos deixou, tinha uma dubiedade do bem. Era séria e ao mesmo tempo bem humorada. Ou seja, botava todo mundo para rir, sem rir. E adorava um bar, preferencialmente no Rio Vermelho.

Foi lá, na Casa da Dinha, que em 27 de março de 2003, como conta a jornalista Ceres Santos, velha amiga, festejou os seus 50 anos. De repente Lazzo Matumbi, de quem era fã, entrou na festa cantando:

— Vem correndo, me abraça e me beija…

Surpresa, ela correu, abraçou e beijou. E as amigas a repreenderam:

— O que é isso, Luiza? É a música…

— Ah, não foi ele quem pediu?

Luiza Bairros é festejada por todos os segmentos da negritude baiana.

O Movimento Negro está de luto.

E vai dar Zé Alves?

A cogitada mudança na Secretaria do Turismo, com a saída de Nelson Pelegrino para a entrada de alguém ligado ao PR, não está sendo bem vista por boa parte do trade turístico baiano. Alguns segmentos acham que trocar o secretário com pouco mais de um ano e meio do governo não é bom.

Ademais, o trade é dividido. E tal divisão se acirrou quando Pedro Galvão tornou-se secretário, sob as bênçãos do PR.

O governo nega que haja mudanças à vista, embora admita que o PR queira José Alves, o presidente da ABAV, seria a bola da vez.

Ataque cultural

Bem fez Rui Costa de não ir ao lançamento dos editais do Fundo de Cultura da Bahia ontem no Palácio Rio Branco, como chegou a ser anunciado. Márcio Ângelo Ribeiro, presidente do Conselho Estadual de Cultura, fez um discurso dirigido ao governador (que ele pensou iria estar lá) atacando.

Disse que há muitos pontos onde a cultura precisa chegar cujos atores não dominam as ferramentas digitais dos editais.

Ou seja, esses segmentos sobram.

Verba curta

Mas disse mais. Falou que a Secult está sem dinheiro e que o próprio Conselho de Cultura só tem verba para mais uma reunião.

Só não explicou se tal verba é para pagar jeton ou para água e cafezinho.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil).

 

Vitória

Rodrigo Janot, procurador da República, mandou arquivar o pedido de investigação feito pelo MPF sobre supostos desvios de dinheiro em São Francisco do Conde e Governador Mangabeira envolvendo o deputado federal José Carlos Araújo.

Disse que não viu indícios que possam ser atribuídos ao parlamentar.

Epigrama da Justiça

O escritor Joaci Góes, amigo do ex-ministro do STF, Ayres Britto, poeta sergipano, é da opinião que está faltando presteza no STF, nesta época de trevas na política brasileira, com petrolões e ladrões de todo tipo. Existe algo nas entranhas daquela Corte a que talvez Joaci não tenha prestado atenção, e só o epigrama de Antônio Lins para esclarecer:

A justiça não é cega
Tal o provérbio nos diz,
Até Ayres Britto não nega:
Cego às vezes é o juiz.

Limpando o dinheiro

Está valendo a lei que permite a repatriação de recursos de origem lícita, perdoando o dono de alguns crimes, como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal. O assunto será dissecado sexta no Seminário Repatriação de Recursos: Aspectos Fiscais e Criminais, que a Fieb realiza junto com o Escritório de Advocacia Nogueira Reis.

A Fieb quer ajudar empresários da área industrial que têm dinheiro no exterior a esclarecer sobre os passos a serem dados. Entre os palestrantes, Luiz Bichara, do Conselho Federal da OAB, e o criminalista Gamil Foppel.

 

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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