Publicado em 06/03/2018 às 11h36.

Neto se enrosca entre dois legados, o de Salvador e o de líder da oposição

Nos seus cinco anos e dois meses como prefeito de Salvador construiu um patamar de avaliação positiva tão considerável que logrou reeleger-se com 78% dos votos

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Estão fazendo com Wagner o mesmo que fizeram comigo”

Lula, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole.

Foto: Felipe Iruatã / bahia.ba
Foto: Felipe Iruatã / bahia.ba

 

Reunido ontem com os vereadores de Salvador aliados, um total de 31, ACM Neto evocou o receio de por em risco o seu legado em Salvador como a principal razão para a sua incerteza sobre entrar na disputa pelo governo baiano ou não.

Se assim o é, a conclusão é óbvia: Neto está enroscado na sua própria trajetória. Nos seus cinco anos e dois meses como prefeito de Salvador construiu um patamar de avaliação positiva tão considerável que logrou reeleger-se com 78% dos votos.

Mas foi o bom desempenho, associado a uma natural vocação para o jogo político ancorada na grife do avô que o credenciou a tornar-se o principal líder da oposição na era do PT com dimensão estadual.

Pressão amiga

E é aí que está o xis da questão. No seu elenco de aliados Neto tem na figura do prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo, também do DEM, o nome mais expressivo, importante para integrar qualquer chapa majoritária estadual, mas isoladamente, uma liderança ainda circunscrita a territorialidade da sua influência, Feira e os vizinhos.

Neto tem no seu time 14 deputados federais, 21 estaduais e mais de dez vereadores em Salvador que já externaram a pretensão de alçar vôos mais altos, sem falar os que não têm mandato, mas são competitivos.

Ele tem pela frente um adversário, o governador Rui Costa, que é bem avaliado, vai disputar o pleito no mandato, com a caneta na mão, e uma base de apoio fora do campo petista até agora sólida. Ou seja, não é fácil.

Mas é competitivo e é isso que interessa aos seus aliados, que pressionam pela candidatura.  Em suma, Neto está entre dois legados que ele próprio construiu, o de Salvador e o de líder da Bahia.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.