Publicado em 06/04/2018 às 11h15.

Neto vem aí. Sem surpresa, é óbvio. Ele não tinha outro caminho a seguir

Ele criou um grupo sólido para fazer oposição ao PT. A questão é que ele é o líder. E Exército não anda sem general

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“O fraco fica em dúvida antes de tomar uma decisão. O forte, depois”

Karl Kraus, escritor austríaco (1874 – 1936).

Foto: Divulgação
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ACM Neto já disse que essa era a pior decisão da vida dele. Talvez sim. Mas nunca esteve em jogo nesse jogo a vontade própria. Ele criou um grupo sólido para fazer oposição ao PT. A questão é que ele é o líder. E Exército não anda sem general.

Até a noitinha de ontem, ele não convocou coletiva, não marcou reunião, nada falou sobre a forma como vai anunciar a decisão. Pelo contrário, vai à noite a posse de Ricardo Alban na Fieb, na condição de prefeito.

Neto está inquieto e os aliados dele também. Mas nenhum vislumbra outro caminho. E ele, convenhamos, embora a todo instante proclamasse a sua indefinição, este ano pautou as suas agendas com bossa de candidato.

Duas frentes

No lado administrativo, programou todas as inaugurações possíveis para até agora, o comecinho de abril, prazo final para a desincompatibilização. E politicamente usou até o limite a influencia do seu amigo, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, na tentativa de atrair novos aliados baianos via Brasília, como o PP e o PR. Dizia que não sabia, mas agia como quem caminhava para a candidatura. Se assim não for, vai contrariar toda a lógica da estratégia de sempre.

Ontem alguns davam como favas contadas que Neto estava fora da briga. Criou a dúvida. Outros, muito pelo contrário, estrilavam o otimismo dizendo até que a chapa está pronta: Neto governador, Zé Ronaldo (DEM) e o deputado Jutahy Junior (PSDB) para o Senado e o deputado João Gualberto, que é do PSDB, mas migraria para o PR, vice.

Estes dizem que Neto não tem opção. Quer ficar como prefeito, mais vai ter que ir. Ou o grupo dele implode.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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