Publicado em 13/09/2017 às 10h40.

Nilo sempre negou ser dono da Babesp: ‘É de um amigo meu’

A Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE-BA) investiga se Nilo é, de fato, controlador do instituto e se forneceu informações falsas à Justiça Eleitoral

Rodrigo Aguiar
Foto: Izis Moacyr / bahia.ba
Foto: Izis Moacyr / bahia.ba

 

Apesar de ter bancado 72% dos levantamentos do instituto Bahia Pesquisa e Estatística (Babesp) nas últimas três eleições, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PSL), sempre negou ser dono da empresa, conhecida no meio político como “DataNilo”.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quarta-feira (13) em endereços ligados ao deputado, suspeito do crime de falsidade eleitoral, cuja pena prevista no Código Eleitoral é de reclusão de até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, em caso de documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento for particular.

A Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE-BA) investiga se Nilo é, de fato, controlador do instituto e se forneceu informações falsas à Justiça Eleitoral. Procurado pelo bahia.ba, Nilo não atendeu às ligações.

“A Babesp é de um amigo meu, Roberto Matos. Existe há mais de 20 anos”, disse Nilo, em entrevista ao jornal A Tarde em 2014, durante a campanha.

Na época, o programa eleitoral do então candidato ao governo Paulo Souto (DEM) exibiu imagens de um prédio simples com a porta trancada, em Simões Filho, onde deveria funcionar o instituto.

O programa mostrou ainda a gravação de um telefonema feito para um número encontrado na porta da suposta sede da Babesp – uma interlocutora atendia à primeira ligação e informava outro número, este da presidência da Assembleia.

Ao ser informada sobre o desejo de contratar uma pesquisa da Babesp, a atendente dizia que informaria “ao senhor Roberto”, no caso Roberto Matos. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nesta quarta em endereços ligados a ele, que também não atendeu à reportagem.

Roberto Matos é irmão de Lídio Matos, assessor de Nilo. Além disso, é pai de um dos beneficiários de bolsas de estudo concedidas pela AL-BA, classificadas como “inconstitucionais” pelo Ministério Público – um dos motivos elencados pela conselheira Carolina Costa, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para pedir a rejeição das contas de 2012 da Assembleia. As finanças, no entanto, acabaram aprovadas pela Corte.

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