Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
No debate da reforma política, o voto em lista está ganhando força
Na audiência pública que a Comissão da Reforma Política realizou na manhã desta segunda-feira (13) na Assembleia, ficou claro que em 2018 o jogo vai mudar
Frase da vez
“Sete pecados sociais: política sem princípios, riqueza sem trabalho, prazer sem consciência, conhecimento sem caráter, comércio sem moralidade, ciência sem humanidade e culto sem sacrifício”
Mahatma Gandhi, líder pacifista que fez a independência da Índia
Entenda o caso: em 2014, quando as doações de campanha por empresas ainda eram legais, 338 candidatos disputaram, na Bahia, as 39 vagas de deputado federal, e 672 buscaram as 63 de deputado estadual.
Somados, dá 1010 candidatos, cada um com sua campanha. No Brasil, 18 mil candidatos custaram R$ 19,79 bilhões, segundo dados do TSE (sem contar o caixa 2, óbvio). De onde tirar dinheiro para bancar a farra em 2018? Não tem, sem falar que o modelo adotado ano passado escancarou as porteiras para dinheiro sujo do crime organizado.
Na audiência pública que a Comissão da Reforma Política realizou na manhã desta segunda-feira (13) na Assembleia, ficou claro que em 2018 o jogo vai mudar. E o caminho que o relator da reforma, deputado Vicente Cândido (PT-SP) vai adotar, é o voto em lista transitório para 2018 e 2022, para em 2026 implantarmos o sistema distrital misto.
— E a Lava Jato com suas delações não pode prejudicar a reforma política?
— Não. Até ajuda. Estamos fazendo a reforma por necessidade. Ou vai ou racha.
Consenso quase zero
É óbvio que quando se fala em reforma política o único consenso é que não há consenso. Como diz Lúcio Vieira Lima: “É como a seleção brasileira de futebol, cada um tem seu time”. Com o agravante, ressalta o próprio, de que quem pode fazer a reforma são pessoas que estão no mandato eleitas com as regras de 2014.
Veja o deputado Zé Rocha (PR), que estava ontem na audiência:
— Sou contra o voto em lista. Vão botar o pai, a mãe, o filho e o neto na lista.
Mas é certo que tem muita gente que está se ensaiando candidaturas hoje conforme as regras tradicionais. E as regras serão outras.
Quase consenso
Um ponto é quase consenso: se houver um plebiscito para o povo dizer “sim” ou “não” à obrigatoriedade do voto, com certeza o “não” ganha.
Mas no Congresso dá o “sim”. A convicção é a de que se o voto não for obrigatório, se abrirá espaço para outro tipo de corrupção, a compra do interesse do eleitor por votar.
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