Publicado em 05/12/2016 às 09h32.

O Brasil nas ruas: primeiro Dilma, depois Cunha e agora é a vez de Renan

Presidente do Senado, que na semana passada se tornou réu, acusado de desviar dinheiro público para pagar a mesada de uma filha, tem mais três acusações na Lava Jato

Levi Vasconcelos

“Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes”

Abraham Lincoln, ex-presidente dos EUA (1809-1865)

Foto: Dida Sampaio/Estadão.
Foto: Dida Sampaio/Estadão.

 

Eduardo Cunha, o todo-poderoso presidente da Câmara, atolado na Lava Jato, até imaginou que, agindo para rifar Dilma, conseguiria a blindagem para escapar. Se estrepou.

Embora também acusado na Lava Jato, Renan Calheiros sobreviveu bem aos dois turbilhões, o de Dilma e o de Cunha. Ficou meio que deixado de lado, muito ajudado pela postura de bom moço. Semana passada, resolveu agir para aprovar o pacote anticorrupção ao modo da Casa. Cutucou o diabo com vara a curta e agora está no olho do furacão.

As intensas manifestações do domingo mostraram isso. Foi convocado pelo Movimento Brasil Livre, o MBL, pelas redes sociais. MBL? Coisa nenhuma. Apenas o grupo tomou a iniciativa de riscar o fósforo. Fogo só pega em palha seca. Pegou.

Renan, que na semana passada se tornou réu, acusado de desviar dinheiro público para pagar a mesada de uma filha, tem mais três acusações na Lava Jato.

São processos que não andam, como não andam todos os de acusados detentores de mandato. Mas, politicamente, ele entrou na linha de tiro. E isso tem a magia de atiçar, ou dar combustível, ao Judiciário.

Ele é a bola da vez.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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