Publicado em 06/01/2017 às 18h47.

O dedo de Neto nas gestões dos aliados

Democrata deu sugestão de nomes para compor secretariados em prefeituras do interior da Bahia

Rodrigo Daniel Silva
Foto: Roberto Viana/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Roberto Viana/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

Depois de ajudar muitos aliados a conquistarem as prefeituras do interior da Bahia, com participação em comícios e caravanas, o prefeito ACM Neto (DEM) tem colocado o seu dedo nas administrações dos coligados. O gestor soteropolitano tem dito que não basta ter vencido as disputas para os Executivos municipais, é preciso também governar bem para que o projeto do seu grupo avance no estado.

Em Vitória da Conquista, Herzem Gusmão (PMDB) fez questão de ressaltar que a Secretaria de Educação seria uma indicação do democrata. Dito e feito. No final de dezembro, o peemedebista entregou a pasta para Marcelo de Melo Silva, ex-assessor do gestor soteropolitano.

“Essa secretaria eu não entreguei ao secretário, entreguei a ACM Neto pelo trabalho extraordinário que fez em Salvador com o [Guilherme] Bellintani”, disse Herzem, ao criticar o PT que “em 20 anos não bateu um Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]”.

Na cidade de Alagoinhas, onde o Democratas venceu com Joaquim Neto, o prefeito da capital sugeriu para a Secretaria da Fazenda, Daniel Ivo Neri Grave, que foi assessor do vice-prefeito Bruno Reis (PMDB). Ele era diretor administrativo e financeiro da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps).

Mas foi em Camaçari que Neto deixou mais nítidas as marcas das suas impressões digitais. Lá o gestor soteropolitano indicou três quadros para Antonio Elinaldo (DEM). Ex-diretor de Desenvolvimento Econômico da prefeitura de Salvador, Sérgio Vilalva assumiu a pasta de Desenvolvimento Econômico.

Uma das responsáveis pela elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da capital baiana, a urbanista Juliana Paes foi indicada para a pasta de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Para a Educação, Neto recomendou Neurilene Martins Ribeiro, que era coordenadora de Formação Pedagógica da rede municipal de Salvador, e professora do Ensino Superior.

“Neto não indica ninguém. Ele apenas opina nos nomes que solicitamos. Os prefeitos procuram os quadros e Neto opina tanto na capacidade quanto na liberação ou não”, disse o deputado federal Paulo Azi (DEM), ao bahia.ba.

Eleição – Não é apenas com indicações que o prefeito ACM Neto tenta contribuir com as administrações dos aliados. No início de dezembro do ano passado, promoveu o “Seminário de prefeitos eleitos da Bahia” com a pretensão de qualificar os novos gestores. Na época, o democrata fez questão de negar que o evento tivesse intenção eleitoral por “debaixo dos panos”.

Neto sempre se esquiva, ao falar sobre uma possível disputa ao governo do Estado em 2018, mas os sinais de que vai entrar na briga pelo Palácio de Ondina com o governador Rui Costa (PT) são cada vez mais claros. Aliados do democrata dão como certo o provável duelo entre o democrata e o petista. Se quiser mesmo chegar ao comando baiano, sabe que dependerá de uma boa gestão dos aliados.

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