Publicado em 10/04/2019 às 11h16.

O uso medicinal da maconha, uma guerra contra o preconceito

A carga de preconceito prevalece no conjunto institucional, que engloba uma gama de segmentos, dos religiosos até da própria medicina e meios jurídicos

Levi Vasconcelos
Foto: Pixabay
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Se medicamentos há muito incorporados ao cotidiano das práticas de saúde, como a anestesia de dentista, são feitos à base de drogas como a cocaína, por que o canabidiol, extraído da Cannabis sativa, ou maconha, não pode ser usado para tratar pessoas que sofrem de epilepsia, por exemplo?

Simples. A carga de preconceito prevalece no conjunto institucional, que engloba uma gama de segmentos, dos religiosos até da própria medicina e meios jurídicos.

Isso ficou claro ontem num debate feito em conjunto pelas Comissões de Saúde e Educação da Assembleia, que reuniu especialistas e interessados de todos os segmentos.

Na área médica

A deputada Fabíola Mansur (PSD), presidente da Comissão de Educação, diz que a Bahia vai sair na vanguarda nacional:

— A informação também vence preconceitos. E é preciso vencer o preconceito.

O médico Antonio Andrade, neurologista bastante referenciado, que publicou na Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria o trabalho Efeitos do canabidiol na frequência das crises epilépticas: uma revisão sistemática, que só na Europa rendeu mais de nove mil acessos, admite que a luta é longa:

— Ano passado, no Congresso Brasileiro de Neurologia, quando eu falei do assunto, parecia um E.T.

Ele defende a realização de mais estudos, mas diz que os resultados no tratamento de epilepsia refratária são altamente positivos.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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