Publicado em 09/03/2019 às 08h42.

OAS usava ‘laranjas’ para disfarçar doações em campanhas, diz delação

Por meio de empresas prestadoras de serviços, empreiteira teria praticado o "caixa três"; Onyx Lorenzoni e Marcelo Crivella estão entre possíveis beneficiados

Redação
Foto: Divulgação/ OAS
Foto: Divulgação/ OAS

 

A OAS utilizava empresas fornecedoras de suas obras como “laranjas”. O objetivo era disfarçar o dinheiro que seria destinado a doações em campanhas eleitorais, de acordo com a delação de antigos executivos da empreiteira.

De acordo com o a Folha de S. Paulo, os depoimentos não informam detalhes dos políticos que se beneficiaram com o esquema. Contudo, a prestação de contas à Justiça Eleitoral de 2010 mostra que 40 candidatos tiveram valores repassados, no valor que totaliza R$ 5 milhões, por ao menos 13 firmas mencionadas na delação.

Nomes importantes na conjuntura nacional atual estão entre os possíveis beneficiados, distribuídos em 12 partidos diferentes. Entre eles, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), que recebeu doação de R$ 50 mil da empresa Arcoenge em 2010, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), e os ex-governadores Sérgio Cabral (MDB) e Tarso Genro (PT).

Em troca da superfaturação em contratos de construções, no período entre 2010 e 2014 a OAS pediu que as prestadoras de serviços fizessem doações legais às campanhas. Desta forma, a empreiteira evitava que o seu nome fosse ligado diretamente aos candidatos e não ultrapassava o limite de repasse – de mais de 2% do seu faturamento bruto – determinado por lei.

A prática foi apelidada de “caixa três” durante a delação da Odebrecht, utilizada nas eleições pré-Lava Jato. Segundo os delatores, a OAS cooptava empresas de engenharia de menor porte, que atuava na terra planagem e na parte hidráulica de suas obras.

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