Publicado em 22/04/2017 às 08h30.

Odebrecht apresenta extratos de propina negociada com Temer, diz Folha

Segundo o jornal, documentos comprovam repasse superior aos US$ 40 milhões acertados em encontro no escritório do peemedebista

Redação
Foto: Fabio Rodrigues PozzebomAgência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

A força-tarefa da Operação Lava Jato recebeu da empreiteira Odebrecht extratos que comprovariam pagamento de propina negociada em reunião com o hoje presidente Michel Temer. A informação é do jornal Folha de S. Paulo e reforça depoimento de ex-executivos da empresa sobre repasse de pelo menos US$ 40 milhões ao então presidente do PMDB nacional e da Câmara dos Deputados. O acordo teria sido fechado no escritóro do peemedebista, na capital paulista, em 2010.

A soma seria decorrente de contrato internacional da Petrobras, o PAC-SMS, relacionado a certificados de segurança, saúde e meio ambiente em nove países onde a estatal atua. O valor inicial era de US$ 825 milhões.

Ainda segundo a Folha, os repasses teriam sido feitos entre julho de 2010 e dezembro de 2011. Os extratos apresentados pela empreiteira chegam a US$ 54 milhões, mas a soma de planilhas anexadas atinge US$ 65 milhões. Parte dos valores teria sido paga em espécie no Brasil, mas a maioria foi distribuída por contas de operadores no exterior.

Em acordo de delação premiada, o ex-presidente da Odebrecht Engenharia Márcio Faria disse que no encontro com Temer não se falou em valores, “mas ficou claro que se tratava de propina” relacionada ao contrato, e não contribuição de campanha. O presidente teria acertado 5% de propina do contrato, correspondente a US$ 40 milhões.

Outro lado – Por meio de nota, Temer  “contesta de forma categórica” o envolvimento de seu nome em negócios escusos e diz que nunca defendeu interesses particulares na Petrobras, nem apoiou pagamento de valores indevidos a terceiros.  De acordo com sua assessoria, o presidente “jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria” e que “a narrativa divulgada não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta”.

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