Publicado em 13/04/2017 às 10h10. Atualizado em 13/04/2017 às 15h58.

Odebrecht entregou R$ 500 mil na casa da mãe de Wagner, diz delator

Hilberto Silva afirmou em depoimento que outros R$ 500 mil foram pagos em Salvador, por meio de Carlos Daltro, após "algum problema lá com a mãe dele"

Rodrigo Aguiar
hilberto silva reproducao facebook
Foto: Reprodução / YouTube

 

Ex-executivo da Odebrecht, o delator Hilberto Silva relatou em delação premiada um pagamento de R$ 500 mil ao ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, na casa da mãe do petista, no Rio de Janeiro.

Esta era a primeira metade de um repasse acertado em R$ 1 milhão, segundo Hilberto. Em depoimento, o ex-funcionário da empreiteira disse que a escolha do local foi em função das dificuldades de executar o pagamento em Salvador.

“Foi autorizado o pagamento de R$ 1 milhão, e esse valor não era possível ser pago em Salvador, porque não existia quem tivesse essa moeda disponível nesse nível. Os doleiros de Salvador não tem volumes que atinjam isso, então propus que se pagasse no Rio ou em São Paulo”, afirmou Hilberto.

No entanto, a segunda metade do valor acabou paga mesmo na capital baiana, por meio de Carlos Daltro, conforme o delator. “Os outros 50% ele [Wagner] pediu que fosse pago em Salvador, nem que demorasse. Teve algum problema lá com a mãe dele, que ele não queria que fosse mais feito lá”, declarou.

Ao ser questionado sobre o motivo do pagamento ao petista, o ex-executivo da Odebrecht disse não saber. “Com certeza algum pedido que tinha sido atendido pelo governador na Bahia. Não sei [a razão], como eu nunca sabia. Meu papel era pagar. Nunca me envolvi com negociações, nem os ‘porquês’ e ‘comos’. Eu trabalhava para atender o pagamento”, disse.

Sobre a entrega do dinheiro em si, Hilberto admitiu, no entanto, a dificuldade em comprovar a transação. “Não existe comprovação dessa, nem de nenhuma outra [risos]”, reconheceu.

Outro lado – Em nota à imprensa, o secretário afirmou que “jamais esteve” com Hilberto Silva. “O que posso dizer sobre esse criminoso confesso – que desesperadamente procura um meio para tentar reduzir sua pena, nem que para isso tenha de envolver uma senhora de 93 anos – é que suas fantasias mirabolantes não prosperarão, simplesmente porque não encontram respaldo na realidade”, ressaltou.

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