Publicado em 01/04/2017 às 11h17.

Odebrecht pagou ‘contrapartida’ para Aécio no exterior, afirma revista

O senador tucano teria colaborado com interesses da empreiteira nas obras da Cidade Administrativa do governo mineiro e a construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antonio, em Rondônia

Redação
Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado
Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado

 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu depósitos da construtora Odebrecht em uma conta sediada em Nova York a título de “contrapartida”, termo utilizado pelo delator Benedicto Junior, então diretor da empreiteira, durante depoimento à Justiça, segundo matéria de capa da edição desta semana da revista Veja.

De acordo com a publicação, a benesse ofertada ao tucano, então governador de Minas Gerais, teria sido uma compensação por sua influência política para o atendimento de interesses da companhia nas obras da Cidade Administrativa do governo mineiro, entre 2007 e 2010, e a construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antonio, em Rondônia, em que a Cemig, empresa pública de energia elétrica de Minas, participa do consórcio.

Ainda segundo a matéria, a irmã de Aécio, a jornalista Andrea Neves, operou pessoalmente as transações ocorridas nos EUA. Mais velha apenas um ano em relação ao parlamentar, a comunicóloga é conhecida como conselheira e braço-direito dele, além de cuidar da imagem do político e de suas relações com aliados.

A reportagem, baseada em uma informação exclusiva obtida pelo periódico, também destaca que Aécio é um dos principais nomes citados nos depoimentos dos executivos da Odebrecht, o que faria dele um dos fundamentais alvos da investigação. Em reposta à Veja, o político nega as acusações e pontua a dificuldade de se defender da acusação neste momento pela falta de detalhes do inquérito, já que o processo ainda corre em sigilo. A Odebrecht preferiu não se posicionar sobre o tema.

Benedicto Junior foi presidente da Odebrecht Infraestrutura e é um dos 78 funcionários que negociaram com a Procuradoria-Geral da República (PGR) a colaboração premiada. Ele era responsável pelo departamento dedicado aos pagamentos de propina para mais de 200 políticos em troca da interferência deles para que a empresa obtivesse vantagens em licitações de obras públicas, o que o faz bastante temido pela classe.

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