Publicado em 04/10/2016 às 08h19.

Casa de ex-ministro Mário Negromonte é alvo de operação da PF

Hidra de Lerna apura o financiamento ilegal de campanha; sede do PT, OAS e a agência de publicidade Propeg também são alvos de mandados de busca e apreensão

Redação
Foto: Câmara dos Deputados/Fotos Públicas
Foto: Câmara dos Deputados/Fotos Públicas

 

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (4), a Operação Hidra de Lerna, que cumpre um total de 16 mandados de busca e apreensão em Salvador, Brasília e Rio de Janeiro. A ação investiga um esquema de financiamento ilegal de campanhas políticas na Bahia e outro de fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades. A empreiteira OAS, a agência de publicidade Propeg, o diretório do PT na Bahia e a residência do ex-ministro das Cidades e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Mário Negromonte, são alvos da PF na capital baiana.

Uma das delações premiadas que originaram a operação foi do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, investigado na Operação Acrônimo. Em maio, ele disse que Márcio Fortes, ex-ministro das Cidades do governo Lula, recebeu R$ 1 milhão de um esquema para dar a conta da pasta à Propeg, em 2010. Ele também disse, em colaboração, que o sucessor de Fortes e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, Mário Negromonte, recebeu propina de R$ 1 milhão. Segundo o delator, o ex-ministro pretendia “influenciar” a licitação da área de publicidade do Ministério das Cidades. O plano seria beneficiar a Propeg.

Os mandados, em razão do foro por prerrogativa de função de investigados, foram todos deferidos pela ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Hidra de Lerna deriva de três colaborações de investigados na Operação Acrônimo, já homologadas pela Justiça e em contínuo processo de validação pela PF, e tem como origem dois novos inquéritos em tramitação no STJ. A distribuição entre os ministros da Corte ocorreu de forma automática.

Segundo a PF, uma das linhas de investigação recai sobre supostos esquemas para financiar ilegalmente campanhas eleitorais. A empreiteira sob investigação teria contratado, de maneira fictícia, empresas do ramo de comunicação especializadas na realização de campanhas políticas, para remunerar os serviços prestados a partidos políticos e não à empresa do ramo de construção civil. Em outra direção, a Polícia Federal pretende investigar a ocorrência de fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades.

Hidra de Lerna – O nome da operação se refere à “monstruosa figura da mitologia helênica, que ao ter a cabeça cortada ressurge com duas cabeças”. A Operação Acrônimo, ao chegar a um dos líderes de uma organização criminosa, se deparou com uma investigação que se desdobra e exige a abertura de dois novos inquéritos.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.