Publicado em 13/12/2018 às 11h46.

Oposição sai da briga e abre caminho para o governo tratorar

O governo pagou um grande desgaste, é óbvio, pelo conjunto da obra. Mas ficaria mais caro se ontem a agonia se prolongasse

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A força do direito deve superar o direito da força”

Rui Barbosa, jurista brasileiro (1849-1923)

Foto: Ascom/  Liderança da Oposição- Alba
Foto: Ascom/ Liderança da Oposição – Alba

 

O recorde de obstrução na Assembleia é de 44 horas ininterruptas, quase dois dias. A última foi de 36 horas. Ontem, a oposição até começou. E com isso passou a manhã. Pouco depois do meio dia, desistiu. E se retirou. A sessão que se esperava que varasse a madrugada acabou em menos do que se previa varar a madrugada. Acabou em menos de uma hora.

O governo aprovou 13 projetos, inclusive os da reforma. Ficou para segunda a PEC que estabelece o salário do governador como teto estadual.

Rolo compressor

O deputado Luciano Ribeiro (DEM), líder da oposição, já entrou no auditório onde a sessão se realizava ironizando:

— Olhe o velho Octávio Mangabeira, pense num absurdo, a Bahia tem precedente. Todos nós entramos aqui pela porta dos fundos para fazermos uma sessão nos porões da Assembleia.

A princípio, avaliou-se a atitude de abandonar a sessão como positiva. Afinal, o pacote da reforma é impopular e o ônus seria todo dos governistas. Deu mais ou menos.

Como um rolo compressor, os governistas tocaram a sessão como um trator e em menos de uma hora aprovaram 13 projetos, cinco do Executivo, inclusive os polêmicos; sete do TJ; um do Ministério Público e um do deputado Fabrício Falcão (PCdoB).

O governo pagou um grande desgaste, é óbvio, pelo conjunto da obra. Mas ficaria mais caro se ontem a agonia se prolongasse.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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