Publicado em 18/09/2017 às 09h16.

Otto: ‘Nunca vi um presidente tão fraco com o povo e tão forte no Congresso’

Michel Temer encerrou a semana e começa esta em mais dos seus monumentais infernos astrais

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“O problema não é o problema. O problema é a atitude com relação ao problema.”
Kelly Young, cantora pop inglesa, a principal do grupo Liberty X, até acabar em 2007 (1982)

(Foto: Romério Cunha / Divulgação )
(Foto: Romério Cunha / Divulgação )

 

Diz o senador Otto Alencar que a República vive um momento que nunca se viu: um presidente impopular, com 94% de rejeição, e é o mais forte no Congresso, Câmara e Senado, como nunca se viu.

– Ele faz o que Dilma não quis fazer. Escancara os cofres.

Otto diz que avisou ao senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) do BNDES, quando se discutia a escolha do relator e cogitou-se Carlos Marun (PMDB-MS), testa de ferro de Eduardo Cunha e agora de Temer.

– Se você aceitar o Marun não tem moral para presidir esta CPMI. Ele foi lá, conversou com Temer, deu Marun. Eles querem fazer uma CPMI para constranger os delatores da Lava Jato, forjar fatos, convocar Janot e no fim dizer que Temer é um santo. Me rebelei e saí dizendo que aquilo era uma farsa para proteger um bando de políticos desmoralizados que desmoralizam mais a política.

Acompanharam Otto os senadores Cristovam Buarque (PPS-DF), Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Dário Berger (PMDB-SC).

Temer no inferno astral

Michel Temer encerrou a semana e começa esta em mais dos seus monumentais infernos astrais. Além do novo pacote de denúncias do procurador Rodrigo Janot, um presente de despedida, que já que hoje ele deixa a Procuradoria Geral da República, tem Geddel, um ex-fiel escudeiro, no encalço.

Na Papuda, Geddel não esconde para os que nele chegam o seu imenso desconforto. E teria confidenciado a um dele que “não aguenta mais uma semana”.

Alguns dizem que uma delação de Geddel seria xeque mate em Temer, por ter sido ministro e pessoa muito próxima a ele, tido como operador presidencial por todos os caixas, um e dois. Tudo isso, com os temperos da campanha eleitoral de 2018, é sinal de que não teremos um feliz ano bom.

Alguma mudança só em 2019.

Rui, Neto e as estratégias

Historicamente a questão federal influenciou decisivamente na Bahia, mas em 2018 está parecendo que não vai haver isso, tal o desânimo popular com os nomes presidenciáveis.

Por aí, Lula está pertinho de não ser candidato, o que tira vantagem de Rui. E Neto já não tem essa referência. Daí que os dois já definiram uma estratégia clara (acertada): o foco é o debate estadual.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.