Publicado em 17/03/2016 às 13h53.

‘País não pode estar cego’, diz juiz que suspendeu Lula

Itagiba Catta Pretta Neto afirma que tomou uma decisão "técnica", baseada em indícios de que o decreto da presidente Dilma Rousseff tem como objetivo intervir no Judiciário

Agência Estado
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Lula: posse suspensa por liminar (Foto: Agência Estado)

 

O juiz Itagiba Catta Pretta Neto, que suspendeu nesta quinta-feira (17) a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, afirmou que “o país não pode estar cego ao que está acontecendo”. Ele disse que tomou uma decisão “técnica”, baseado em indícios de que o decreto da presidente Dilma Rousseff tem como objetivo intervir no Poder Judiciário.

Após a decisão, começaram a circular nas redes sociais fotos do juiz Itagiba na manifestação de quarta-feira (16), em Brasília, contra o governo. “Fora Dilma”, diz a legenda da imagem, publicada no perfil pessoal do juiz no Facebook. “Ajude a derrubar a Dilma e volte a viajar para Miami e Orlando. Se ela cair, o dólar cai junto”, publicou Itagiba.

Outras imagens mostram Itagiba com adesivos da campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

“Uma coisa é minha atuação como cidadão e, como cidadão, tenho uma postura contra a corrupção. Outra coisa é meu trabalho como juiz, onde minhas decisões precisam ser técnicas. Não há nenhum constrangimento (em participar das manifestações)”, afirmou o juiz ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Poucos instantes depois da conversa, o perfil de Itagiba no Facebook foi excluído.

Segundo o juiz, a ação popular se baseia nos áudios divulgados de conversas de Lula com vários interlocutores, entre eles Dilma “A argumentação é contundente sobre a intenção de deslocar o processo contra o ex-presidente para o STF. Além de tudo que tem sido divulgado sobre ele”, afirmou.

A decisão do juiz impede que Lula assuma o cargo no Executivo e ganhe o privilégio de foro. Ainda cabe recurso, mas, por enquanto, o despacho impede que investigações contra o ex-presidente na Lava Jato saiam das mãos do juiz Sérgio Moro e sejam conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

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