Publicado em 15/06/2017 às 13h20.

Palocci pede absolvição e cita ‘ex-deputado com mala de R$ 500 mil’

Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ex-ministro está preso desde setembro do ano passado

Redação
Palocci
Foto: Reprodução / Globo

 

Em alegações finais, encaminhadas ao juiz federal Sérgio Moro, coordenador da Operação Lava Jato, na primeira instância,o ex-ministro Antonio Palocci pede absolvição. Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes relacionados à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras.

Além de Palocci, são réus no processo seu ex-assessor Branislav Kontic, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o ex-ministro tinha uma “conta corrente” de propinas com a empreiteira.

A defesa de Palocci menciona em suas alegações um “ex-deputado flagrado com mala de R$ 500 mil” para confrontar uma declaração do executivo Fernando Migliaccio, um dos delatores da Odebrecht na Lava Jato. Mesmo sem citar nominalmente Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), fica implícita a referência ao ex-assessor especial do presidente Michel Temer, filmado pela Polícia Federal, em 28 de abril, saindo apressado de um estacionamento com mala contendo propinas da JBS.

‘Mentira perfeita’ – Migliaccio afirmou em depoimento que Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, pegava dinheiro em espécie, “nunca menos do que um milhão”, com o próprio delator, “botava na mochila e ia embora”. Os advogados de Palocci tentam desqualificar a afirmação, que classificam de “mentira perfeita”.

“O colaborador Fernando Migliaccio foi desmascarado pelos recentes fatos envolvendo um ex-deputado federal do Paraná, que teria sido flagrado portando uma mala com R$ 500 mil. (…) Ora, como se sabe agora, R$ 500 mil ocupam o volume de uma mala média. Mas, de acordo com o delator, Branislav Kontic fazia caber em uma mochila – com aproximadamente um terço ou pouco mais da capacidade da mala carregada pelo deputado paranaense – nunca menos do que o dobro do valor contido em uma mala média A falácia contada pelo réu colaborador salta aos olhos. Esse fato demonstra, por si só, a inconsistência das alegações feitas pelo corréu delator.”

Nas alegações finais, o Ministério Público Federal pede a condenação de Palocci. A força-tarefa cobra R$ 32.110.269,37, valor correspondente à suposta propina paga pela Odebrecht.

Alcançado pela Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, o ex-ministro foi preso em 26 de setembro de 2016.Com informações de O Estado de S. Paulo.

 

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