Publicado em 11/07/2016 às 09h00.

Parlamentares fecham acordo para antecipar eleição na Câmara

O acordo para antecipar a eleição, marcado para quarta, ainda precisa ser referendado nesta segunda, em reunião da Mesa Diretora da Casa

Ana Lucia Andrade
Encontro com integrantes do Centrão foi na casa do líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso. Foto:Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Encontro com integrantes do Centrão foi na casa do líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso. Foto:Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

 

Com aval do Planalto, deputados fecharam neste domingo (10) acordo para antecipar a eleição à sucessão na Câmara para as 19h desta quarta-feira (13). O acordo ainda precisa ser referendado nesta segunda (11), em reunião da Mesa Diretora da Casa.

Em encontro com integrantes do Centrão, na casa do líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (PSD-DF), um dos favoritos na disputa, deputados decidiram pressionar o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-PE), a rever sua decisão de convocar a eleição para a quinta-feira. Segundo parlamentares presentes nesta reunião, Maranhão concordou com a mudança da data.

A negociação passou também pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que integra a antiga oposição e deve ir para a disputa contra Rosso. Maia tem apoio de Maranhão e negocia aliança com o PT. Maia diz que foi procurado pelo líder do governo, André Moura (PSC-SE). “Eu não defendi nem terça, nem quinta, e sim um meio termo”, afirmou Moura.

Na prática, Maia se tornou o principal interlocutor do presidente interino da Câmara nas negociações. Ao longo do dia, o deputado chegou a atender o telefone de Maranhão diversas vezes.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, também conversou com Maia em busca de um acordo. “Eu falei com o Rodrigo e com o André Moura e fiz uma ponderação: não é bom que a eleição seja na quinta, às vésperas do recesso parlamentar”, disse Geddel ao jornal O Estado de S. Paulo.

Sem conseguir unificar a base aliada em torno de um único candidato, o Planalto operou para antecipar a eleição por avaliar que, quanto mais tempo passar, o racha será maior. Na semana passada, Maranhão disse ao presidente em exercício Michel Temer que gostaria de permanecer no cargo.

Impasse – O impasse sobre a sucessão na Câmara começou após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), há quatro dias, quando Maranhão decidiu convocar a eleição para quinta-feira. Líderes do Centrão propuseram, então, que a disputa ocorresse dois dias antes, na terça.

A proposta foi interpretada como uma manobra, já que neste dia está prevista a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para decidir se acata recurso de Cunha contestando o parecer que recomenda sua cassação. Diante do imbróglio, surgiu a ideia da eleição na quarta-feira.

Criticado por negociar apoio do PT, Maia jantou com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), no fim de semana, no Rio. O PSDB é um dos partidos que podem apoiá-lo.

O deputado do DEM disse ao Estado que Temer avalizou sua iniciativa de conversar com diversas siglas e negou o mal estar entre partidos da base. O Centrão, por sua vez, aponta a influência de Moreira Franco na operação para alavancar a candidatura de Maia.

Contrariado com esses rumores, Moreira postou no Twitter que o governo não deve atuar na sucessão de Cunha.

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