Publicado em 12/05/2016 às 04h42.

Pinheiro critica Dilma e Temer, mas adere ao discurso de ‘golpe’

Senador baiano foi o 62º a discursar e classificou a votação como "um dos momentos mais tristes pelos quais o parlamento já passou"

Evilasio Junior
Foto: Beto Barata/Agência Senado
Foto: Beto Barata/Agência Senado

 

O senador Walter Pinheiro (sem partido) utilizou o seu discurso na tribuna do plenário para criticar a coalização dos partidos que elegeu a chapa Dilma Rousseff/ Michel Temer, mas, pela primeira vez, aderiu ao discurso do golpe, difundido pelos petistas ao longo de toda a tramitação do processo de impeachment.

Último baiano a falar, ele subiu ao púlpito pontualmente às 4h, classificou a votação como “um dos momentos mais tristes pelos quais o parlamento já passou” e argumentou que a crise política “não vem de forma isolada, mas sim de um modus operandi” inaugurado após a posse do segundo mandato da dupla Dilma-Temer.

Nos seus 15 minutos, o parlamentar também contestou a oratória da maioria dos seus colegas, ao comparar com o filme “O curioso caso de Benjamin Button”, e dizer que tentavam “anunciar coisas velhas como se fossem novas”. Também afirmou que o Congresso Nacional, tanto Câmara quanto o próprio Senado, “deixou de cumprir” responsabilidades e legislou em causa própria.

A principal defesa de Pinheiro foi ao voto do eleitor brasileiro. “Estamos aqui hoje para dizer sim ou não a uma condenação antes de um processo de julgamento. A admissibilidade não é um estágio de julgamento. É condenar um para sair e dar o troféu ao outro na entrada. É um gol de mão, como disse a senadora Lídice da Mata, iludindo a população de que vamos definir a jornada da solução definitiva. A ‘Ponte para o Futuro [programa de Temer]’ não foi apresentada ao povo brasileiro”, protestou.

Ao final, ele justificou que o golpe seria “impor ao povo um novo presidente sem que o povo tenha a possibilidade de opinar”.

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