Publicado em 03/04/2017 às 10h06.

Políticos usam mal o instrumento da política. E o povo dança (e feio)

Política e políticos são coisas distintas. Política é instrumento, é como o violão, depende de quem toca. E no Brasil, eis o problema, nós temos tido um violão muito ruim

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A discórdia almoça com a abundância, janta com a pobreza, ceia com a miséria, e dorme com a morte

Benjamin Franklin, jornalista, político e cientista, considerado um dos fundadores dos EUA (1706-1790)

Foto: Rodolfo Stuckert/Câmara dos Deputados
Foto: Rodolfo Stuckert/Câmara dos Deputados

 

Jamil Querino, do bairro da Pituba, leitor amigo e dito fiel, faz-nos uma pergunta instigante:

Por que gostar tanta de política já que no Brasil virou sinônimo de descaração?

Primeiro vamos pontuar, meu caro. Política e políticos são coisas distintas. Política é instrumento, é como o violão, depende de quem toca. E no Brasil, eis o problema, nós temos tido um violão muito ruim (o modelo, a começar pelo dos partidos), tocado por péssimos tocadores (os políticos) para uma plateia que não sabe o que é boa música. E é nessa batida que o povo dança, no pior sentido da palavra.

Convém ressalvar que a política partidária, por ser a atividade mais escancarada, parece ser a mais descarada. Mas não é bem isso.

Se na política, tão escancarada, a Lava Jato revela podridão digna dos mais tenebrosos submundos, que será que se passa em outros poderes cuja visibilidade é tão pequena que quase não se vê? Certo é que se a Polícia Federal der um volteio em outros campos não perde a viagem.

Que o diga o TCE do Rio.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.