Publicado em 25/01/2016 às 12h14.

Prefeitura faz pacto ‘ganha-ganha’ com fundação de filha de Suarez

Sucom diz que prefeitura quis deixar os termos do convênio “transparentes” por saber dos “questionamentos” feitos em relação ao grupo de Suarez na gestão de João Henrique

Rodrigo Aguiar
Foto: Gabriel Lima/Agecom
Ilha dos Frades | Foto: Gabriel Lima/Agecom

 

A prefeitura de Salvador firmou um novo convênio com a Fundação Baía Viva, presidida por Isabela Suarez – filha do empresário do ramo da construção civil Carlos Suarez – para dar prosseguimento a ações nas localidades de Ilha dos Frades, Ponta de Nossa Senhora, Loreto e Bom Jesus dos Passos. Pelo acerto, o Município desapropriará áreas para a construção de um estaleiro e um centro receptivo para turistas e regulamentará o uso de novos píeres na Ilha de Bom Jesus dos Passos. Segundo os termos da parceria, a utilização do estaleiro será definida “em comum acordo” com a administração municipal.

O convênio também prevê que a gestão soteropolitana promoverá as localidades como destino turístico e regulamentará uma lei de 2012, relativa às regras de uso e ocupação das Áreas de Proteção Cultural e Paisagística da Ilha dos Frades (de Nossa Senhora de Guadalupe e de Nossa Senhora do Loreto) e da Ilha de Bom Jesus dos Passos. A norma determina os terrenos e as condições para novas construções na região, inclusive de hotéis.

Ganha-ganha – Em troca, a fundação manterá investimentos na região, como obras de requalificação urbana, requalificação de postos de saúde e policiais e construção de quadras poliesportivas, entre outras ações. Em meio ao acerto, também está prevista a implantação de uma prefeitura-bairro em Bom Jesus dos Passos. “É um convênio do tipo ganha-ganha. Ganha a fundação, que tem interesse em promover a região, e ganha a prefeitura, que não teria condições de fazer alguns desses investimentos. Não há qualquer repasse de dinheiro entre as partes”, afirmou ao bahia.ba o secretário municipal de Urbanismo, Silvio Pinheiro.

Segundo o titular da Sucom, a prefeitura quis deixar os termos do convênio “transparentes” por saber dos “questionamentos” feitos em relação ao grupo de Suarez na gestão do ex-prefeito João Henrique. O primeiro pacto do Município com a fundação foi firmado em novembro de 2012, com prazo de 24 meses. Naquele mesmo ano, alguns meses antes, o Ministério Público Federal (MPF) havia apresentado denúncia contra quatro empresas e novas pessoas, entre elas o próprio empreiteiro, por supostos crimes ambientais cometidos na Ilha dos Frades.

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