Presidente da CUT-BA acredita em ‘adesão contra o golpe’

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT), Cedro Silva, há uma crescente participação e envolvimento das pessoas contra o suposto movimento de “golpe”, montado pela oposição em favor da presidente Dilma Rousseff (PT). “Estamos percebendo que, com o movimento nas ruas, a sociedade está assimilando o nosso discurso de não ter o golpe. Comprovadamente não existe nenhuma acusação legal para que o Congresso vote o impedimento da presidente Dilma Roussef. Não existe crime de responsabilidade, então o que ocorrer fora isso, a gente considera golpe”, resumiu Cedro, antes da cerimônia de incorporação do Navio Doca Multipropósito (NDM) Bahia à frota da Marinha, evento que conta com presença de Dilma e do governador da Bahia, Rui Costa, na manhã desta quarta-feira (6).

O sindicalista ainda reiterou que a participação de pessoas que não gostam da presidente é natural e democrática, mas que essas pessoas “precisam respeitar a vontade dos 54 milhões de brasileiros que a colocaram [Dilma] no cargo e querem que ela exerça o mandato até o final”. “Nós tememos o retrocesso, o desrespeito à Constituição e o que pode vir a acontecer caso o golpe ocorra, pois esse novo governo não seria respeitado”, declarou, antes da cerimônia restrita apenas às autoridades.

Manifestação pró-Dima- Em frente do terminal de passageiros do porto, local onde o navio está estacionado, no bairro do Comércio, entre 100 e 150 populares e militantes, com bandeiras do PCdoB, se manifestavam em favor da continuidade do mandato da presidente. Também havia faixas de “mulheres com Dilma” e um coro, sem continuidade, de “não vai ter golpe”.

Atos – O presidente da CUT ainda aproveitou para convocar toda as pessoas a participarem do ciclo de debates da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que ocorre até sexta-feira (8), sempre às 18h, na Reitoria da instituição, no bairro do Canela, em Salvador. Além disso, nesta quarta-feira, vai ser entregue o “Manifesto da Bahia contra o Golpe”, documento que conta com o apoio de todos os partidos de esquerda, dos movimentos, centrais sindicais e organizações sociais. “Na quinta-feira, os movimentos de esquerda vão estar na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e, na sexta-feira, será realizado um bandeiraço no bairro das Sete Portas, onde os militantes contra o impeachment vão conversar com a população de Salvador”, convocou.

Ao ser questionado sobre uma possível disparidade de mobilização entre os atos anti e pró-Dilma, Cedro diz que, no começo, a mobilização da direita foi mais eficiente, mas que o quadro tem sido revertido e que hoje o público tem participado espontaneamente dos atos em favor da permanência da petista. “Mais de 200 mil pessoas em Brasília e, o último ato em Salvador contou com a participação de 30 mil pessoas, o que superou as expectativas iniciais da organização”, finalizou.