Publicado em 06/01/2016 às 18h30.

PSDB pode convocar Cardozo para explicar corte de recursos da PF  

Às vésperas de deixar o cargo, líder do partido na Câmara sugere possibilidade de chamar o ministro da Justiça para falar sobre redução no orçamento da Polícia Federal

Agência Estado

Em seus últimos dias como líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP) divulgou nota nesta quarta-feira (6) atacando o que chamou de “desmonte” da Polícia Federal. Sampaio diz que a bancada poderá pedir a convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para dar explicações à Casa sobre o corte de 3,7% dos recursos no orçamento deste ano à polícia encarregada das investigações da Operação Lava Jato.

Carlos Sampaio
Sampaio: ‘O desmonte da Polícia Federal é real e geral.’ (Foto; PSDB)

“O desmonte da Polícia Federal é real e geral. Temos que combater isso com veemência! Recebi vários vídeos de delegados da PF indicando que a situação chega a ser desesperadora. Se não liberam recursos nem para o pagamento de contas de energia no Paraná, onde está concentrada a investigação do maior caso de corrupção do mundo, imagine a situação no restante do país?”, questiona Sampaio na nota.

O tucano afirma que o combate à corrupção “é apenas mais uma ação de marketing dos governos petistas”. Sampaio destaca que o governo federal diz não temer as investigações em curso, mas conclui que o corte “não permite que os investigadores da Lava Jato tenham dinheiro sequer para combustível dos veículos usados nas operações”.

Após uma série de críticas de delegados da Polícia Federal, o Ministério da Justiça, responsável pelo órgão, admitiu a possibilidade de recompor o orçamento da categoria para este ano – que tem previsão de corte de R$ 133 milhões. De acordo com o governo, os recursos para a PF poderão ser garantidos pela própria pasta da Justiça ou pelo Ministério do Planejamento.

Na semana passada, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) criticou o corte e afirmou que a redução no valor previsto colocaria sob risco investigações em curso. O ministro da Justiça negou a possibilidade de que o Orçamento afete as apurações, mas admitiu que buscará uma solução para evitar o corte.

Carlos Sampaio, que será substituído a partir de fevereiro por Antonio Imbassahy (BA), lembra que a PEC 412, que prevê autonomia financeira e orçamentária da PF em relação ao Ministério da Justiça, é uma proposta que se arrasta há anos no Congresso. “Toda ação que for em favor de reforçar a atuação da PF e dos órgãos de segurança receberá o apoio do PSDB. E vamos pedir a convocação do ministro da Justiça para explicar essa denúncia e detalhar como a falta de recursos pode afetar também a vigilância das nossas fronteiras, por exemplo”, finaliza Sampaio.

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